Por Ronaldo Brasiliense*
Quatro dos principais protagonistas das mudanças climáticas no mundo já confirmaram ausência na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, em Belém do Pará, que começa nesta segunda-feira, 10.
Sem os presidentes dos países mais populosos e poluidores do mundo, Estados Unidos, China, Rússia e Índia – Donald Trump, Xi Jiping, Vladimir Putin e Draupadi Murmu, respectivamente -, o desafio de se arrecadar US$ 1,3 trilhão para financiar ações que interrompam o ritmo alucinante das mudanças no clima do planeta Terra dificilmente será alcançado.

O planeta Terra tem 8,2 bilhões de habitantes. A Índia lidera com 1,46 bilhão de pessoas, seguida pela China, que aparece com 1,4 bilhão. Os Estados Unidos vêm em terceiro, com uma população de 340 milhões e tem a Rússia, entre os dez maiores, com mais de 146 milhões de habitantes. Resumo da ópera: Índia, China, Estados Unidos e Rússia – os maiores poluidores do planeta – reúnem em seus territórios mais de um terço da população planetária e fogem dos debates na Conferência do Clima.
O maior desafio da COP 30, portanto, será viabilizar um fundo de US$ 1,3 trilhão mesmo sem o apoio direto das nações que comandam a economia mundial.
A COP 30 começa oficialmente nesta segunda-feira, 10, sem ter o que festejar em termos planetários no que se refere à redução da emissão de gases que causam as mudanças climáticas ao redor do mundo.
Até hoje ainda se esperam os resultados práticos da Conferência do Rio de Janeiro, a Rio 92, como a Convenção da Biodiversidade e a Convenção do Clina, que praticamente nunca saíram do papel.
Beneficiando diretamente a nossa Amazônia existe apenas a proposta apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que já recebeu um generoso aporte de US$ 3 bilhões da Noruega, com muito dinheiro para salvar florestas como as da Amazônia, além de remanescentes florestais de países como o Congo, na África; a Indonésia, na Ásia, e a Costa Rica, na América Central.
O Brasil abre a COP 30 com a boa notícia da substancial redução dos desmatamentos na Amazônia e no cerrado, revelada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – entre julho de 2024 e agosto de 2025 – que se contrapõe à licença ambiental dada pelo Ibama para iniciar a perfuração de um poço pioneiro na costa do Amapá, a 530 km da foz do rio Amazonas, na região conhecida como Margem Equatorial, criticada por organizações não governamentais de todo o mundo, contrárias à exploração de combustíveis fósseis.
“Os resultados mais recentes mostram que estamos avançando. Em 2025, o desmatamento caiu 11,8% na Amazônia e 11,49% no Cerrado. É o terceiro ano consecutivo de redução de desmatamento na Amazônia, desde o início do governo do presidente Lula”, festejou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Já o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, destaca duas frentes de atuação do Brasil na COP 30: além da criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), garantir a execução da meta anunciada pelo governo de quadruplicar, até 2035, a produção mundial de combustíveis sustentáveis.
*Ronaldo Brasiliense é jornalista paraense com longa trajetória na imprensa do Norte do país. Reconhecido por seu estilo crítico e análises políticas afiadas, atuou em redações de jornais impressos, rádio e TV, além de assinar colunas de opinião sobre bastidores do poder no Pará. Com sólida experiência em jornalismo político e institucional, tornou-se referência no debate público amazônico e voz influente na cobertura dos temas que envolvem gestão pública, eleições e desenvolvimento regional.
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