Mesmo sendo o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, o câncer de próstata ainda enfrenta resistência quando o assunto é prevenção. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que 46% dos homens acima de 40 anos só procuram um médico quando já apresentam sintomas da doença.
A situação é ainda mais preocupante na região Norte. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que Belém registra cerca de 130 novos casos de câncer de próstata por ano. O levantamento da SBU também revela que apenas 33% dos homens da região sabem o que é hiperplasia benigna da próstata (HBP), condição comum que pode afetar metade dos homens a partir dos 50 anos.
Para o oncologista Dr. Luis Eduardo Werneck, presidente da Oncológica do Brasil, o principal obstáculo não é a falta de informação, mas a força dos mitos e preconceitos em torno do exame.
“Ainda existe o medo do exame, a ideia de que ele ameaça a masculinidade. Esse mito custa vidas. O toque retal é rápido, simples e, muitas vezes, decisivo para detectar o câncer em estágio inicial. O verdadeiro ato de coragem é cuidar da própria saúde”, afirma.
A pesquisa também aponta que 1 em cada 7 homens ainda tem receio do exame de toque retal, especialmente os mais velhos. Além disso, apenas 32% dizem se preocupar muito com a própria saúde, reforçando uma cultura em que a prevenção não faz parte da rotina masculina. Dr. Werneck alerta que esperar pelos sintomas pode ser um erro grave:
“Quando o câncer de próstata apresenta sinais, ele pode já estar avançado. Por isso, exames como PSA e toque retal devem ser realizados a partir dos 50 anos, ou antes, se houver histórico familiar.”
Nos últimos anos, novas terapias foram incorporadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), oferecendo tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
Durante todo o mês de novembro, a Oncológica do Brasil promove palestras educativas para orientar e incentivar os exames de prevenção. A campanha reforça a mensagem:“Prevenção é um toque de coragem.”