Nova Iorque: Helder anuncia a inauguração do primeiro Parque de Bioeconomia do Brasil em Belém - Estado do Pará Online

Nova Iorque: Helder anuncia a inauguração do primeiro Parque de Bioeconomia do Brasil em Belém

Estrutura será entregue em outubro e marca avanço no plano para transformar a floresta em motor econômico

Thalmus Gama / Ag. Pará

Durante a Semana do Clima, em Nova Iorque, o governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou a inauguração do primeiro Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, também o primeiro do país. A entrega está prevista para a primeira semana de outubro, em Belém, e será a principal ação já implementada do Plano Estadual de Bioeconomia.

O anúncio foi feito no painel “Financiando a Transformação Ecológica: Mecanismos Inovadores e Lições Aprendidas do Brasil”, promovido pela Coalizão Brasil e pela The Nature Conservancy (TNC). Na ocasião, Helder destacou que o Estado já destinou cerca de R$ 2 bilhões para iniciativas ligadas à bioeconomia.

“O Pará acredita muito em bioeconomia e tem atuado no sentido de identificar oportunidades que possam transformar nossa biodiversidade em uma nova economia. Por isso, concebemos o Plano Estadual de Bioeconomia e já estamos em fase de implementação. Para vocês terem uma ideia, o governo do Estado já investiu cerca de R$ 2 bilhões em bioeconomia”, afirmou o governador.

A estrutura será voltada à industrialização de produtos da floresta, ao incentivo de startups e ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Helder convidou representantes nacionais e estrangeiros a conhecer o espaço em breve, reforçando que o parque inaugura um novo ciclo para a região amazônica.

Sustentabilidade além do meio ambiente

No discurso, o governador ressaltou que a agenda climática deve ser pensada de forma ampla. “A sustentabilidade precisa ser ambiental, econômica, mas, acima de tudo, social. Precisamos cuidar das árvores e dos povos que vivem abaixo da copa das mesmas. Convoco a todos a estarem conosco em Belém na COP30, mas, mais do que isso, que estejam conosco na construção do futuro da floresta, que passa pelo futuro do Pará”, declarou.

O secretário de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade, Raul Protázio Romão, lembrou que o projeto já havia sido anunciado na COP27. “O Parque de Bioeconomia é um avanço histórico. É a implementação estruturante de uma ação prevista no nosso Plano de Bioeconomia. Chegaremos à COP30 com essa entrega, que vai fortalecer os negócios da sociobioeconomia, startups e uma gama de oportunidades que a biodiversidade amazônica oferece”, afirmou.

Investimentos verdes e regulação

Helder também apresentou estratégias do Pará para atrair investimentos privados em projetos de baixo carbono. Segundo ele, cabe ao Estado garantir segurança jurídica e condições regulatórias, mas a implementação depende do setor empresarial. “Só assim sairemos de um laboratório de boas ideias para uma escala compatível com os desafios climáticos e com as oportunidades dos negócios verdes”, disse.

Entre os exemplos já em andamento está a concessão de restauração florestal da APA Triunfo do Xingu, inédita entre estados brasileiros. O contrato, com duração de 40 anos, prevê R$ 300 milhões em investimentos privados e a criação de dois mil empregos verdes.

Avanços na pecuária

Outro ponto citado foi a modernização da pecuária, setor responsável por boa parte das emissões. O Pará, que possui o segundo maior rebanho bovino do país, já implementa a rastreabilidade coletiva e agora pretende avançar para o rastreamento individual até 2026.

“Estamos trabalhando para assegurar a rastreabilidade individual de todo o nosso rebanho até 2026. Esse é um passo essencial para consolidar o Pará como referência em pecuária de baixas emissões”, disse Helder.

Ele destacou que a meta é viabilizada sem custos adicionais para os pequenos produtores. “Contamos com a parceria da iniciativa privada para que essa ação não represente custo adicional, especialmente para os produtores que atuam em propriedades de até 100 hectares”, completou.

Leia Mais: