Sete anos após o incêndio que destruiu a maior parte de seu acervo, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, reabre parcialmente as portas ao público nesta quarta-feira (2). A retomada marca um novo capítulo na história da instituição, que desde 2018 vinha passando por obras de reconstrução e reestruturação.
Tragédia histórica
Fundado em 1818, o Museu Nacional é uma das instituições científicas mais antigas da América Latina. Em setembro de 2018, o museu foi atingido por um incêndio de grandes proporções que devastou cerca de 92% de seu acervo, composto por mais de 20 milhões de itens.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, a causa do incêndio foi um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. A hipótese de ação criminosa foi descartada. Entre os itens perdidos estavam fósseis, artefatos indígenas, documentos históricos e peças de valor inestimável. Alguns itens, no entanto, resistiram ao fogo ou foram resgatados dos escombros — como o meteorito Bendegó e fragmentos do crânio de Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas.
O que está em exibição
A reabertura, ainda parcial, conta com a exposição “Entre Gigantes”, que reúne peças de grande valor científico e simbólico. Um dos destaques é o esqueleto completo de uma cachalote, com impressionantes 15,7 metros de comprimento — o maior exposto na América do Sul. A peça passou por um processo de restauração e foi remontada sob a nova claraboia do palácio histórico.
Outro símbolo importante é o meteorito Bendegó, que sobreviveu ao incêndio e continua sendo uma das atrações mais icônicas do museu.
Reconstrução e novas doações
Embora a reabertura represente um avanço significativo, a reforma completa do Museu Nacional está prevista apenas para 2027. Nesse período, a instituição vem trabalhando na recomposição do acervo por meio do projeto Recompõe, que busca recuperar, restaurar e ampliar as coleções da casa.
A iniciativa já resultou na recuperação de cerca de 14 mil peças, graças à colaboração de outras instituições nacionais e internacionais, além de doações de famílias que possuíam itens de interesse público. O acervo atual inclui fósseis, animais taxidermizados, peças históricas e conchas.
Entre os destaques da nova coleção está o manto tupinambá, usado em rituais indígenas no século XVI, doado pelo Museu Nacional da Dinamarca — uma peça rara e de grande importância cultural.
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Com informações: Agência Brasil
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