A recuperação de Tainara Souza Santos deu um passo importante nesta segunda-feira. Após dias de tratamento intensivo, a jovem foi encaminhada ao Hospital das Clínicas, onde seguirá sob monitoramento especializado. A transferência ocorreu durante a noite anterior e foi confirmada pela instituição na manhã de hoje.
Tainara vinha recebendo atendimento no Hospital Municipal Vereador José Storopolli desde sábado, quando sofreu um atropelamento violento que resultou na amputação das pernas. No período em que permaneceu internada no hospital da zona norte, ela passou por três cirurgias e teve a bacia estabilizada com pinos metálicos.
De acordo com a família, o quadro, embora ainda delicado, mostrou sinais animadores: ela saiu do coma induzido e, mesmo sedada, começou a reagir a alguns comandos simples. A mãe relatou que a filha apertou sua mão em resposta a perguntas, um gesto que trouxe alívio aos parentes que se revezam na unidade de saúde.
O atropelamento
O crime ocorreu na saída de um bar, na madrugada do dia 29 de novembro. Câmeras registraram o momento em que Tainara foi atingida e arrastada por mais de um quilômetro por um carro conduzido por Douglas Alves da Silva, de 26 anos. O trajeto percorreu a avenida Morvan Dias de Figueiredo até uma rua próxima à Marginal Tietê.
Douglas fugiu em seguida, mas acabou detido na noite de domingo. Pessoas que estavam no local afirmaram à polícia que ele conhecia Tainara e que os dois haviam discutido instantes antes do atropelamento. Uma testemunha chegou a dizer que o motorista puxou o freio de mão de propósito, aumentando o atrito do corpo da vítima com o asfalto. A investigação segue no 73º Distrito Policial, que trata o caso como tentativa de feminicídio.
Depoimentos e versões divergentes
Depois de preso, Douglas apresentou à polícia uma narrativa diferente da relatada por testemunhas. Ele afirmou que teria se envolvido em uma confusão no bar, levado uma garrafada e, mais tarde, ao ver Tainara e o homem que a acompanhava, quis apenas “assustá-los”. Segundo seu relato, a vítima teria se lançado contra o carro.
A versão foi contestada. O advogado de um dos envolvidos na discussão classificou o depoimento como fantasioso, enquanto investigadores apontam que Douglas teria ficado incomodado ao ver Tainara com outra pessoa. A defesa dele nega qualquer relação prévia com a vítima e também contesta a hipótese de motivação por ciúmes.
Douglas disse ainda que só percebeu que arrastava alguém quando já estava longe, alegando que o som alto e os vidros fechados do carro impediram sua percepção, justificativa vista com desconfiança pelos investigadores.
A família de Tainara agora aguarda novas avaliações no Hospital das Clínicas, esperançosa de que a jovem continue apresentando avanços após dias marcados por violência e dor.
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