Moradores denunciam acúmulo de lixo no bairro Maracangalha em Belém - Estado do Pará Online

Moradores denunciam acúmulo de lixo no bairro Maracangalha em Belém

Vídeo mostra colchões, pneus e eletrodomésticos descartados.

Moradores da travessa Rio Jutaí, no bairro da Maracangalha, em Belém, denunciaram nesta segunda-feira (22) o acúmulo de lixo e abandono do local, situado próximo ao Aeroporto Internacional da capital. Segundo os relatos, a área não recebe coleta regular e o entulho se multiplica a cada dia, trazendo mau cheiro, proliferação de roedores e insetos, além da presença constante de urubus.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra colchões, pneus, restos de armários e até geladeiras descartadas no trecho, onde urubus se aglomeram. A proximidade com o aeroporto aumenta a preocupação dos moradores, que temem riscos de colisão de aves com aeronaves, colocando em perigo a segurança aérea.

O EPOL vem alertando as autoridades e a sociedade belenense dos riscos à saúde da população, mas também e ainda mais preocupante é o fato da existência destes pontos de despejo irregular de lixo nas proximidades do Aeroporto Internacional de Belém.

É que o descarte inadequado de resíduos atrai aves necrófagas, como o urubu (Coragyps atratus), e espécies oportunistas, como a garça-branca (Ardea alba), que encontram no lixo uma fonte farta de alimento. Além delas, outros animais, como ratos, também são beneficiados pela sujeira. Esse cenário aumenta significativamente o risco de colisão aviária, colocando em xeque a segurança das operações aéreas em uma área de grande movimentação de voos nacionais e internacionais.

o jornalismo do EPOL recebeu com exclusividade um relatório da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), que revela o que todo belenense já sente na pele — e agora até os aviões correm risco: o lixo acumulado nas ruas de Belém, Ananindeua e Marituba virou atrativo para aves perigosas, como o urubu-preto, e ameaça diariamente a segurança dos voos no Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, em Belém, cidade sede da COP30, que será realizada em novembro deste ano.

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A prática de despejar resíduos em locais públicos é considerada crime ambiental em Belém. De acordo com o Código de Posturas do Município, o descarte irregular de lixo e entulho em vias públicas está sujeito a multa, além de responsabilização civil e criminal. A legislação municipal também prevê que o cidadão deve acondicionar corretamente os resíduos e colocá-los em horários compatíveis com a coleta oficial.

O Estado do Pará Online (EPOL) entrou em contato com a Prefeitura de Belém para questionar se há ações previstas para a limpeza da área e para esclarecer como funciona o cronograma de coleta no bairro. Confira o retorno da Prefeitura na íntegra?

“A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana de Belém (Sezel), informa que a denúncia sobre o acúmulo de lixo no conjunto Maracangalha foi recebida.

Nossa equipe técnica já está realizando a avaliação da área para determinar a quantidade de maquinário e o tempo necessário para a remoção completa dos entulhos e resíduos. A equipe de limpeza urbana será direcionada ao local para iniciar o serviço o mais breve possível.

Após a conclusão da limpeza, a Sezel enviará uma equipe de educadores ambientais à comunidade para conscientizar os moradores sobre a importância do descarte correto do lixo e para evitar que a situação se repita.

A Prefeitura reforça que nossa equipe de zeladoria tem iniciado um trabalho de ocupação nos bairros de Belém. O primeiro mutirão foi realizado na Terra Firme, onde mais de 145 toneladas de lixo domiciliar foram retiradas. Além disso, nos canais, foram retiradas mais de 260 toneladas de resíduos. Agora, o bairro do Guamá está recebendo, desde sábado (20), a mesma força-tarefa”.

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