Mestre em direito internacional avalia eventos ambientais em Belém

Belém recebeu neste sábado (16) a 2ª edição do Green Meet, evento que tem como principal foco a Amazônia e teve como debates os desafios rumo à COP 30, que será realizado em 2025 na capital paraense.

A COP é um dos maiores encontros climáticos do mundo, debate e aponta soluções para questões como o aquecimento global e a destruição das florestas tropicais. O encontro acontece anualmente em grandes e modernas cidades do mundo, como Glasgow (Escócia), Sharm el Sheik (Egito) e Dubai (Emirados Árabes Unidos). Será a primeira vez que uma cidade localizada na região da Amazônia Legal receberá o encontro.

Graduado em direito do comércio internacional, direito dos investimentos e ambiental, além de mestrado em direito internacional na cidade de Marselha (França), o paraense Gabriel Lisboa é referência no assunto e tem como missão profissional contribuir para que diferentes países possam se relacionar de maneira construtiva. O motivo dessa relação pode ser comercial, político ou econômico, para estabelecer acordos bilaterais ou multilaterais.

Tendo em vista esse cenário, Gabriel analisa a indicação da capital paraense para os eventos: “Não existe uma cidade melhor no Brasil para sediar uma COP do que Belém. Pelo simbolismo de ser a Metrópole da Amazônia, por ter os governos estadual e municipal alinhados com o governo federal no quadro político e principalmente por ser um centro de convergência dos movimentos indígenas, dos sem-terra, dos quilombolas, das mulheres, das periferias urbanas e da juventude”, explica.

Ele ainda faz um resgate de um outro evento de cunho social e ambiental que Belém sediou recentemente: “Não por acaso, a décima edição do Fórum Social Pan-Amazônico, no ano passado, reuniu cerca de 15 mil participantes dos países que compartilham a bacia do Rio Amazonas, com uma expressiva representação de indígenas, notadamente mulheres, destes países”.

Com relação às críticas, segundo ele, sempre existirá quem diga que a cidade não está preparada para acolher um evento de tamanha magnitude e apontará para as deficiências em infraestrutura, transporte e esgotamento sanitário: “Porém penso exatamente o contrário. Já está na hora das principais autoridades do mundo pararem de discutir o futuro nos poucos nichos de prosperidade que este planeta dispõe. É hora de ver de perto as consequências de um modelo perverso que destrói a natureza e a humanidade. E mais do que ver, ouvir e sentir essa força”, conclui Gabriel.