Mesmo pouco conhecido pela maioria da militância petista, o Secretário de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda do Pará, Inocêncio Gasparim sempre esteve ocupando cargos relevantes nos governos do PT e de aliados do partido.
Antes de ser nomeado, em 2019, pelo governador Helder Barbalho (MDB), Gasparim ocupou diversos cargos federais de relevância, como na Sudam*, Incra e no MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), entre outros, durante os dois governos Lula e os dois – incompletos – de Dilma.
Ele e outros indicados pelo então deputado federal e hoje senador Beto Faro (PT) e pelo ex-senador e hoje superintendente da SUDAM, Paulo Rocha (PT) mantiveram centenas de funcionários indicados em diversas áreas do órgão, que iam de diretorias à funções terceirizadas durante os 12 anos da gestão do superintendente Djalma Mello, homem de confiança do MDB e que esteve à frente da SUDAM desde o primeiro governo Lula, quando foi nomeado pelo então ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira.
Geddel Vieira foi preso no dia 3 de julho de 2017, na Operação Greenfield, da Polícia Federal e preso novamente em setembro do mesmo ano, após a apreensão de mais de 51 milhões de reais em espécie, dentro de caixas e malas em um apartamento dele. As cenas que deixaram o país encadalizado.
Inocêncio Gasparim é um assíduo doador das campanhas de Beto Faro, que depois de cumprir cinco mandatos como deputado federal, foi eleito senador da república em 2022, com a ajuda imprescindível da máquina estadual e até de uma poderosa empresa que presta serviços e tem centenas de funcionários terceirizados no governo estadual e que foi alvo de uma batida da Polícia Federal, em Março deste ano.
A Kapa Capital passou a ser investigada por envolvimento na compra de votos para a vitória de Beto Faro ao senado.
UM DEBATE NECESSÁRIO
Essa semana, Beto Faro deu entrada em um pedido na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do senado federal. A ideia do senador paraense é realizar na próxima terça-feira (4), uma audiência pública para discutir os papéis históricos desempenhados pelas Superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e do Centro-Oeste (Sudeco) e a necessidade ajustes no funcionamento dessas autarquias.
Em seu pedido para o debate Beto Faro disse: “Nos quase 60 anos de existência, lamentavelmente constatamos que a ideia de essas instituições contribuírem para a redução das desigualdades regionais não vingou e, por motivos diversos, pouco ou quase nada cumpriram na função de promover o desenvolvimento regional, assim como não promoveram a geração de emprego e renda para as populações mais carentes nas áreas urbanas e rurais. Nesse contexto, são necessárias novas abordagens para solucionar os velhos problemas das agências”.
Também devem participar do debate, previsto para ocorrer às 9h30, da próxima terça-feira (4), o novo presidente do Banco da Amazônia (Basa), Luiz Claudio Moreira Lessa e o pesquisador Francisco Costa, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará, em conjunto com convidados de outros estados.
O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo.
Com informações da Agência Senado.
*A Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) é uma autarquia do governo federal do Brasil, criada no governo do presidente Castelo Branco em 1966, com a finalidade de promover o desenvolvimento da região amazônica, gerando incentivos fiscais e financeiros especiais para atrair investidores privados, nacionais e internacionais. Ela tem sede e foro em Belém, e é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Devido às inúmeras denúncias de corrupção envolvendo a organização, em 24 de agosto de 2001, o presidente Fernando Henrique Cardoso extingiu a SUDAM, criando em seu lugar a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA). Em Agosto de 2003, o presidente Lula recriou a SUDAM.
A SUDAM é uma das três superintendências do desenvolvimento regional no Brasil, juntamente com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). Cada uma dessas autarquias tem como missão impulsionar o desenvolvimento em suas respectivas regiões, estimulando investimentos, fomentando a atividade econômica e reduzindo as disparidades socioeconômicas.
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