A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta quinta-feira (6), em Belém, a criação de um fundo internacional voltado à proteção das florestas tropicais, que contará com aportes públicos e privados. O anúncio ocorreu durante a cúpula dos líderes da COP30, evento que marca o início das principais discussões políticas da conferência climática.
Segundo Marina, a proposta, batizada de Fundo Floresta Tropical para Sempre, foi desenvolvida pelo Brasil em parceria com outros 11 países, com apoio do Ministério da Fazenda e do Ministério das Relações Exteriores. O objetivo é construir um mecanismo financeiro sustentável, capaz de mobilizar recursos sem depender de doações diretas.
O fato de uma cúpula em que a gente vai ficar fazendo debates sobre temas importantes. E um desses temas importantes, eu tenho a alegria de dizer, é a questão do financiamento para a proteção das florestas tropicais (…) É possível ter um instrumento que vai financiar a proteção das florestas tropicais e que não é doação. Tanto recursos públicos quanto privados que forem aportados terão o seu dinheiro de volta e, o mais importante, o seu dinheiro de ida também para a proteção das florestas”, explicou a ministra.
A proposta, segundo ela, nasceu no Ministério do Meio Ambiente e ganhou força com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que contribuiu na formulação do modelo econômico. O projeto prevê a criação de um mecanismo inteligente de financiamento, no qual o chamado spread, a diferença entre as taxas de captação e aplicação dos recursos, será usado para ampliar o investimento direto na preservação ambiental.
Em alguns casos, nós vamos ter praticamente triplicado o recurso para a proteção das florestas”, afirmou Marina, ao detalhar o potencial de expansão do fundo.
O plano conta com a participação de países que já integram o Fundo Amazônia, como a Noruega, além de novos parceiros interessados em financiar projetos voltados à conservação de biomas tropicais.
A ministra destacou que o fundo representa uma nova forma de conciliar rentabilidade e responsabilidade ambiental, abrindo caminho para que o capital privado se torne parte ativa na luta contra o desmatamento.
O anúncio reforça a estratégia brasileira de liderar o debate global sobre financiamento climático, especialmente no contexto da COP30, que acontece pela primeira vez na Amazônia.









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