Manifestação de servidores gera tensão na Câmara Municipal de Belém e termina em bate-boca - Estado do Pará Online

Manifestação de servidores gera tensão na Câmara Municipal de Belém e termina em bate-boca

Servidores protestaram contra a Reforma Administrativa na Câmara de Belém; sessão foi marcada por confusão e acusações de ofensas entre manifestantes e o vereador Zezinho Lima

Zezinho Lima / Instagram

Servidores públicos municipais de Belém protestaram nesta segunda-feira (4), na Câmara Municipal, contra a proposta de Reforma Administrativa apresentada pela gestão do prefeito Igor Normando (MDB). O ato contou com a presença de profissionais de diferentes categorias, como professores, técnicos em enfermagem, agentes administrativos, servidores da FUNPAPA e auxiliares de serviços gerais.

Durante a manifestação, o clima ficou tenso após um episódio envolvendo o vereador Zezinho Lima (PL) e um manifestante presente na galeria. De acordo com informações divulgadas, o homem teria feito gestos considerados ofensivos durante a fala do parlamentar, o que motivou a solicitação de retirada por parte da presidência da Casa.

Após a recusa do manifestante em deixar o plenário, o próprio vereador se dirigiu à galeria para removê-lo, o que provocou confusão no local. A situação se agravou com a presença do filho de Zezinho, que também se envolveu na discussão. Em meio ao tumulto, servidores afirmam que foram chamados de “vagabundos”, o que gerou indignação entre os presentes.

Representantes das categorias presentes criticaram o episódio e denunciaram a precarização dos serviços públicos. Segundo eles, há falta de insumos básicos nas unidades de saúde e demissões de profissionais essenciais, o que, segundo os relatos, compromete o atendimento à população mais vulnerável.

A professora Silvia Letícia, ex-vereadora e integrante da coordenação do Fórum Municipal e do SINTEPP, repudiou as ofensas. “Nós que atendemos a população não vamos mais aceitar esse tipo de provocação”, afirmou. Ela reforçou a disposição da categoria em manter a mobilização contra a proposta de reforma.

Karina Lopes, da Associação dos Servidores do PSM do Guamá, também enfatizou que os trabalhadores seguirão mobilizados para defender os direitos da categoria. Já Rayme Sousa, do SINTSUAS, declarou que a paralisação parcial das atividades nesta segunda foi um alerta sobre a falta de condições de trabalho nas unidades da rede.

Em defesa de sua atitude, o vereador Zezinho Lima afirmou que reagiu após ser provocado com gestos obscenos por um manifestante. Ele também mencionou que as pautas levantadas pelos servidores são ligadas à crítica de programas sociais e projetos da atual gestão, como a possível extinção da Escola Bosque e do Restaurante Popular.

“Eu estava falando na tribuna e um ‘cara da esquerda’ começou a fazer gestos obscenos, cotoco com as duas mãos para mim, para a testemunha que estava do meu lado. Inconformado, pedi a fala novamente e pedi para a Guarda Municipal retirasse ele. Começou uma confusão na Galeria do Povo e quando vi o meu filho estava no meio. Estavam ‘escroteando’ ele, querendo agredi-lo. Fui para lá, ‘escroteei’ e os chamei de vagabundos. Como são funcionários públicos, se estão todos na Câmara Municipal se estão em pleno horário de trabalho”, disse o parlamentar, que completou. “É a guerra entre esquerda e direita que não acaba nunca. Eles sempre tentam agredir a gente com gestos obscenos e a gente não vai ‘afrouxar’. Eu fui eleito pela direita e vou continuar defendendo a população de bem e as nossas pautas.”

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