O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, na tarde desta quarta-feira (17), a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo. A decisão foi oficializada após a última reunião ministerial de 2025, realizada no Palácio do Planalto, durante um balanço das metas do governo federal.
A mudança atende a uma demanda do União Brasil, que indicou Gustavo Damião para assumir o comando da pasta. O movimento faz parte de uma reorganização política do governo com foco no fortalecimento da base aliada no Congresso Nacional.
Desgaste político e expulsão do União Brasil
A saída de Celso Sabino ocorre após um desgaste prolongado entre o ex-ministro e a cúpula do União Brasil. A crise se intensificou quando Sabino descumpriu orientações partidárias, que indicavam um afastamento formal da legenda do governo federal.
Ao optar por permanecer no cargo, o então ministro perdeu o respaldo da bancada e acabou expulso do partido, após a conclusão de um processo disciplinar aberto em setembro.
Indicação fortalece ala governista do partido
Para pacificar a relação com o União Brasil e assegurar maior governabilidade, o Palácio do Planalto aceitou a indicação de Gustavo Damião, empresário e filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB).
A escolha reforça a ala governista da legenda, vista como estratégica para garantir apoio em votações importantes do próximo ano legislativo. Parte da bancada do partido na Câmara mantém alinhamento direto com o governo Lula.
Resistência no cargo e movimentação política
Celso Sabino resistia a deixar o ministério desde setembro, quando a Executiva nacional do União Brasil determinou que seus filiados se afastassem de cargos no governo. Mesmo diante da decisão, o ministro seguiu no posto e participou de compromissos oficiais ao lado do presidente Lula em Belém, durante a COP30.
O evento foi utilizado como vitrine política, em meio à movimentação de Sabino visando as eleições de 2026. O então ministro chegou a redigir uma carta de renúncia, mas permaneceu no cargo a pedido do presidente até o encerramento da agenda oficial.
Movimento estratégico do Planalto
A troca no Ministério do Turismo não tem caráter técnico, mas representa um movimento político estratégico do governo Lula para recompor alianças, reduzir tensões com o Centrão e assegurar apoio parlamentar.
Com a mudança, o Palácio do Planalto busca estabilidade política e melhores condições de articulação no Congresso ao longo de 2026.
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