Justiça Federal mantém prisão preventiva de investigados em esquema de fraudes no Pará - Estado do Pará Online

Justiça Federal mantém prisão preventiva de investigados em esquema de fraudes no Pará

A operação investiga um esquema de fraudes em contratos públicos, lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada, envolvendo principalmente órgãos municipais e estaduais. Veja como funcionava o esquema:

A Justiça Federal acolheu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e, nesta quarta-feira (3), manteve a prisão preventiva, por tempo indeterminado, dos cinco investigados presos na terça-feira (2) durante a Operação Expertise, deflagrada no Pará. Além disso, a Justiça determinou a suspensão do exercício das funções públicas de servidores investigados que ocupam cargos-chave na Administração Pública.

A operação investiga um esquema de fraudes em contratos públicos, lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada, envolvendo principalmente órgãos municipais e estaduais, como a Prefeitura de Marituba, o DETRAN/PA e a Polícia Científica do Estado do Pará (PCEPA).

Como funcionava o esquema

O grupo criminoso utilizava práticas ilícitas sofisticadas para desviar recursos públicos:

  • Laranjas e contas bancárias: movimentação de recursos ilícitos em nome de terceiros para disfarçar a origem do dinheiro.
  • Empresas de fachada: emissão de notas fiscais falsas simulando prestação de serviços inexistentes.
  • Fraudes em contratos públicos: manipulação de licitações e contratos para superfaturamento.
  • Lavagem de dinheiro: transferências bancárias sucessivas, aquisição de bens de luxo e remessas ao exterior.

Prisão preventiva decretada

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva dos cinco investigados, para garantir a ordem pública e evitar interferência nas investigações:

  • Alberto Furtado Pinheiro
  • Alex Jordano Santos da Cunha
  • Fabrício Buarque Correa
  • Jacélio Farias da Igreja
  • Sandro Rogério Nogueira Sousa Matos

Servidores públicos suspensos

Além das prisões, a Justiça determinou a suspensão de servidores que ocupam cargos estratégicos e facilitaram o esquema, com base no art. 319, VI, do Código de Processo Penal. Entre eles:

  • Ana Cláudia Duarte Lopes (Marituba): assinou justificativa fraudulenta de adesão a contrato, atuou como fiscal de contrato e recebeu R$ 850.807,90 de empresa investigada.
  • Celso da Silva Mascarenhas (PCEPA): Diretor Geral da Polícia Científica; assinou contrato e homologação de pregão eletrônico fraudulento; recebeu R$ 5.000,00.
  • Cynthia de Nazaré Portilho Rocha Pantoja (PCEPA): chefe de gabinete; recebeu R$ 17.604,00 sem justificativa.
  • Denis Figueiredo da Silva (PCEPA): perito contábil; foi flagrado recebendo mala de dinheiro.
  • Edilvandro Augusto de Almeida Pereira (DETRAN/PA): recebeu R$ 49.000,00 de empresa investigada; já ocupou cargos na ALEPA e Prefeitura de Marituba.
  • Renata Mirella Freitas Guimarães de Souza Coelho (DETRAN/PA): Diretora Geral; responsável por contratos com empresas investigadas; vinculada a movimentação de R$ 1,5 milhão via empresa ligada a familiar.

Segundo a decisão judicial, os servidores têm acesso privilegiado a documentos, contratos e sistemas da Administração Pública, o que poderia frustrar a efetividade da investigação se permanecessem em exercício de suas funções.

Balanço parcial da Operação Expertise

A Polícia Federal divulgou um balanço parcial das apreensões realizadas durante a operação:

  • R$ 881.000,00 em moedas nacionais e estrangeiras;
  • 31 veículos apreendidos;
  • 88 peças de joias;
  • 7 relógios de luxo Rolex.

Próximos desdobramentos

A Operação Expertise mobilizou 65 policiais federais e seis auditores da Controladoria-Geral da União (CGU), com cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão, afastamento de servidores e bloqueio de ativos de até R$ 198 milhões.

O MPF continuará acompanhando os desdobramentos, incluindo análise detalhada de contas bancárias, contratos e operações financeiras suspeitas, além de monitorar os investigados suspensos e presos preventivamente.

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