O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) notificou a agricultora e influenciadora digital Luciene Cândido a excluir imediatamente de suas redes sociais todos os conteúdos envolvendo a jaguatirica conhecida como “Pituca”, mantida ilegalmente em cativeiro em uma fazenda no município de Uruará, no sudoeste do Pará. Caso a ordem não seja cumprida, ela poderá ser multada diariamente.
Luciene, que compartilha sua rotina em uma pequena propriedade rural, vinha mostrando a convivência do animal com a própria família desde julho de 2024. Ao longo de nove meses, Pituca foi exibida em vídeos interagindo com crianças, cães, gatos, galinhas, gado e até cavalo. A rotina com a jaguatirica era registrada tanto no perfil próprio da felina quanto nos perfis dos cuidadores. Nas redes sociais, Pituca conquistou mais de 400 mil seguidores.
Segundo o Ibama, o uso recorrente da imagem do animal com fins de monetização e a convivência com outros animais e humanos descaracterizou seu comportamento natural, além de representar riscos à saúde pública. A jaguatirica apresentava sinais de maus-tratos, incluindo desnutrição, perda de dentes, lesões nas patas e infestação por parasitas, como bicho-de-pé.
Na última segunda-feira (14), Luciene relatou que estava fora da fazenda quando foi avisada sobre a presença de viaturas do Ibama, que foram ao local após denúncias de exploração animal. A influenciadora foi multada em R$ 10 mil com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) e recebeu a ordem formal de apagar os conteúdos com o animal silvestre.
Agora, Pituca está sob os cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por um processo de reabilitação física e comportamental. O objetivo é prepará-la para, quando possível, ser reintroduzida de forma segura ao seu habitat natural.
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