Desde a manhã de segunda-feira (28), um grupo de indígenas da etnia Turiwara ocupa a sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), no bairro do Marco, em Belém. Eles reivindicam a suspensão de licenças ambientais concedidas pelo órgão a empresas que operam dentro de seus territórios, entre elas a mineradora Imerys e madeireiras que atuam na região.
Segundo o cacique Paulo Portilho, líder do grupo, a ocupação é uma resposta direta ao papel da Semas na autorização de atividades que afetam as comunidades indígenas. “A Semas deu permissão para eles invadirem a nossa casa, e nós viemos e ocupamos a Semas”, afirmou o cacique em entrevista ao portal Estado do Pará Online (EPOL).
Os manifestantes alegam que a tubulação de um mineroduto da empresa Imerys passa por dentro da aldeia, o que teria motivado uma série de impactos ambientais e sociais. Eles também denunciam a exploração madeireira irregular nas áreas tradicionais dos Turiwara.
Durante a ocupação, já foram realizadas duas reuniões — uma com representantes da Semas e outra com a empresa responsável pelas operações. No entanto, segundo os indígenas, nenhuma decisão concreta foi tomada até o momento.
“O povo decidiu permanecer ocupando o prédio até que haja uma resposta. Se hoje as empresas de minério operam dentro do nosso território, quem deu licenciamento foi a Semas”, reiterou Paulo Portilho.
Os manifestantes seguem acampados dentro da sede do órgão e afirmam que não têm previsão de deixar o local até que suas reivindicações sejam atendidas e um acordo formal seja firmado.
Pedimos posicionamento a Semas que informou por meio de nota que “A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), juntamente com a Secretaria de Povos Indígenas (SEPI), informa que segue à disposição como mediadora do diálogo entre representantes e lideranças indígenas, representantes da mineradora Artemyn, e a Defensoria Pública da União”.
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