Um estudo da Fiocruz revelou níveis alarmantes de mercúrio em indígenas Munduruku no interior do Pará devido ao garimpo ilegal, conforme investigado por uma equipe da GloboNews. O povo Munduruku, com mais de 9,2 mil pessoas, é o mais populoso do estado.
Pesquisadores da Fiocruz constataram a contaminação de peixes por mercúrio na região, impactando diretamente os indígenas, cujas amostras de cabelo mostraram índices elevados da substância. Em uma aldeia, pelo menos oito pessoas apresentavam níveis alarmantes, alguns até o triplo do aceitável pela OMS, aumentando o risco de doenças.
Coordenadores da pesquisa, como o epidemiologista Paulo Basta, alertam para o impacto na saúde, especialmente no desenvolvimento infantil.
A Fiocruz monitora de perto 80 crianças Munduruku, com apoio de neuropediatras da USP e de Harvard. O uso de mercúrio pelos garimpeiros na purificação do ouro tem afetado a Terra Indígena Munduruku, a segunda com maior área de garimpo no Brasil, segundo a ONG MapBiomas.
A emissora de TV explorou o Rio das Tropas, área fortemente impactada pelo garimpo em Jacareacanga, onde a Polícia Federal registrou 320 alertas de novos garimpos no último ano.
O Ministério da Saúde informou que o Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós tem implementado ações de monitoramento para casos de contaminação por mercúrio.
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