Hospital de Clínicas reforça alerta sobre prematuridade e riscos ligados a cardiopatias na gestação - Estado do Pará Online

Hospital de Clínicas reforça alerta sobre prematuridade e riscos ligados a cardiopatias na gestação

Unidade destaca que diagnóstico precoce de doenças cardíacas em mães e fetos reduz complicações e pode evitar partos antes das 37 semanas

Foto: Divulgação

No Dia Mundial da Prematuridade, celebrado nesta segunda-feira (17), o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, referência em cardiologia no Pará, chama atenção para a relação entre cardiopatias e o risco elevado de nascimento prematuro. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), somente em 2025, mais de 12 mil bebês prematuros nasceram no Estado. No próprio HC, entre janeiro e outubro, um quarto dos partos das 23 gestantes cardiopatas acompanhadas na unidade ocorreu de forma prematura.

A cardiologista pediátrica Carmosina Lobato, chefe da Clínica Pediátrica Cardiológica do HC, explica que a gestação impõe uma sobrecarga natural ao coração, o que pode agravar quadros pré-existentes. “Durante a gestação, o coração trabalha muito mais. Em mulheres cardiopatas, especialmente com malformações complexas, essa adaptação nem sempre ocorre bem. Por isso, o acompanhamento precisa ser multidisciplinar”, afirma. Segundo ela, quanto mais grave a cardiopatia, maior o risco de prematuridade, o que exige parto planejado em centros terciários, com UTI Neonatal e equipe especializada.

O plano de cuidados, reforça a médica, deve ser individualizado. “Cada mãe passa por avaliação específica para definir o tipo de acompanhamento, exames, indicação de via de parto, necessidade de UTI Neonatal e todo o cuidado conjunto entre mãe e feto”, explica.

Além das cardiopatias maternas, alterações estruturais detectadas no coração do feto também ampliam as chances de um parto prematuro. O diagnóstico é feito por ecocardiografia fetal, exame que orienta a família e permite que o nascimento seja programado em unidade preparada para recém-nascidos de alto risco. Para tanto, o Hospital de Clínicas reforça que o pré-natal cardiológico deve ser iniciado assim que for identificada cardiopatia materna ou suspeita de alteração cardíaca fetal.

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