Homem que incendiou a namorada se entrega à polícia - Estado do Pará Online

Homem que incendiou a namorada se entrega à polícia três dias após o crime em Minas Gerais

Jovem de 19 anos comparece à delegacia acompanhado da família e permanece em silêncio; vítima segue em estado gravíssimo na UTI.

Reprodução/Instagram

O jovem apontado como autor do ataque que deixou a professora Luana Leal Silva Rocha, de 26 anos, com 60% do corpo queimado, apresentou-se à Delegacia Regional de Três Corações na tarde desta segunda-feira (8). O crime ocorreu na última sexta-feira (5), no distrito de Sobradinho, em São Tomé das Letras (MG).

Identificado como Kauê Magalhães Justino, de 19 anos, o suspeito chegou ao local acompanhado dos pais e de um advogado. Ele permaneceu menos de 20 minutos na sala do delegado responsável pelo caso e exerceu o direito de não responder às perguntas. Após o breve depoimento, foi liberado.

O suspeito se apresentou para a polícia, mas não prestou esclarecimentos e foi liberado. Foto: Eduardo Marins/EPTV

A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de feminicídio. Luana está internada em estado gravíssimo na Santa Casa de Poços de Caldas, onde permanece intubada, sedada e sob uso de medicamentos para estabilização na UTI. A transferência ocorreu no domingo (7), após a professora ter sido atendida inicialmente no Hospital São Sebastião, em Três Corações.

A defesa de Justino afirma que o jovem não fugiu do local por medo de ser responsabilizado, mas para “buscar ajuda” após o incêndio. O advogado Fabio Gaudencio informou que a versão completa da defesa será apresentada ao longo das investigações.

Apesar de responder em liberdade, o delegado titular de São Tomé das Letras, Luciano Teobaldo, ressaltou que a situação do suspeito pode mudar conforme novas provas surgirem. Nesta segunda-feira, quatro vizinhos foram ouvidos, marcando o início formal da investigação. O depoimento de Luana será colhido assim que seu quadro clínico permitir.

Segundo a Polícia Militar, o ataque ocorreu por volta das 15h de sexta-feira. Mesmo gravemente ferida, a professora conseguiu pedir socorro a moradores e foi levada ao posto de saúde do distrito. Ainda consciente, ela relatou aos policiais que discutia com o namorado quando ele teria despejado gasolina sobre seu corpo e ateado fogo.

No local, os militares encontraram um galão de dois litros com vestígios de combustível, que foi recolhido pela perícia da Polícia Civil. O casal estava junto havia cerca de um ano. Luana vive sozinha e trabalha como professora, enquanto o suspeito morava com a avó e atuava como garçom no distrito.

A mãe da professora desabafou, afirmando que espera justiça. “É uma dor imensa. O que esse rapaz fez é monstruoso”, disse, emocionada em entrevista à imprensa.

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