Helder entrega reforma de 1,8 km de avenida em Aninandeua interligando-a ao BRT Metropolitano, que segue atrasado e causando transtornos

O governador do estado do Pará, Helder barbalho usou suas redes sociais e convidou para a inauguração daquilo que chama de “nova Av. Ananin”, que na verdade se trata da duplicação e revitalização da avenida que passa ser inteligada a um viaduto, na altura do KM 7 da rodovia BR 316. A obra faz parte do projeto BRT Metropolitano, iniciado em Janeiro de 2019.

Com menos de 2 Km de extensão, a via alarga e dá mais segurança a uma rota de tráfego entre a BR-316, o centro de Ananindeua e a avenida Independência. A “nova avenida Ananin”, será entregue duplicada e com ciclovia pelo governo, neste domingo, 9, como todas as pompas que estamos acostumados a ver por aqui.

No entanto, a população que trafega pela BR 316 continuará penalizada pela demora na entrega do BRT Metropolitano, que teve o contrato para início das obras assinado pelo ex-governador Simão Jatene, já nos últimos meses do fim de seu mandato, em Setembro de 2018. Em janeiro de 2019, Helder assumiu o governo do Pará e as obras, prometendo entregar o BRT em 19 meses.

De lá pra cá, já se passaram mais de 4 anos e meio e o que vemos é muita poeira, transtornos e atraso na vida de quem precisa trafegar pela BR 316, entre Belém e Ananindeua.

Além disso, as obras do BRT Metropolitano já receberam diversos adivitos (mais dinheiro do que o previsto no planejamento inicial) e pelo que pode ser percebido, estão longe de serem concluídas e entregues, gerando milhões de reais para o contribuinte que paga a conta do empreendimento multimilionário, que tem trazido estresse para quem entra e sai da região metropolitana de Belém.

Viaduto – Segundo nota do governo, neste domigo, 9, durante a entrega da avenida Ananin, será liberado para o tráfego de veículos no viaduto de quatro pétalas, localizado no km 7 da rodovia BR 316.

Apesar do midiático governador afirmar que o viaduto está sendo liberado, na verdade segundo o portal de notícias do governo, “O viaduto é interligado à Avenida Ananin, no sentido Marituba-Belém, e ao Terminal de Integração de Ananindeua, no sentido Belém-Marituba, sendo que neste último o acesso dos ônibus só será liberado com a finalização das obras do BRT”.

Ou seja, quem usa ônibus para vir de dentro de Ananindeua, que é o caso da população mais pobre, só poderá utilizar essa rota no final da obra do BRT, que já foi adiada várias vezes e ninguém sabe ao certo quando será finalizada definitivamente.

DESDE O GOVERNO DE SIMÃO JATENE

Apesar do Ação Metrópole ser antigo e da ideia dessa integração também, apenas em 2013 o projeto começou a ganhar forma, quando o Governo do estado do Pará, à época comandado por Simão Jatene, através do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) e do programa Ação Metrópole, iniciaram estudos de viabilidade para a implantação do sistema BRT na rodovia BR-316 e pensando também na requalificação da via, a fim de mitigar os constantes congestionamentos e alagamentos que a via passava, ora por ser a única via de acesso a capital paraense, ora por não possuir um sistema de drenagem eficiente que escoasse as águas do intenso inverso amazônico.

Entretanto, com projetos e financiamentos prontos ainda em 2014, não foi possível iniciar as obras no mesmo ano, uma vez que a rodovia era de responsabilidade federal e todas as obras na via deveriam ficar a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT. Apenas em 2016, o então presidente da República Michel Temer, assinou a cessão dos 18 primeiros quilômetros da rodovia federal, passando-os para a administração do governo estadual, que então poderia dar início as licitações e às obras.

O contrato para o início das obras foi assinado pela gestão Jatene em 24 de setembro de 2018, porém, o começo efetivo das obras foi em 15 de janeiro de 2019, em um dos primeiros atos da nova gestão estadual, comandada por Helder Barbalho. A previsão inicial era que a obra teria duração de 19 meses, com o começo em janeiro de 2019 e o fim em agosto de 2020. Todavia, em janeiro de 2020, com um ano decorrido do início dos trabalhos, apenas 9% de todo o planejado havia sido concluído, o que levou o governo do estado a estender o prazo do projeto em mais um ano, com previsão para agosto de 2021.

Apesar de não ter sido completamente interrompida durante o auge da pandemia, a obra teve uma diminuição significativa em seu ritmo, o que provocou mais atrasos e um novo prazo para a conclusão dos serviços. Em entrevista durante uma visita técnica aos canteiros, o governador Helder Barbalho previa a entrega do centro de operações em março de 2021, enquanto viadutos e terminal de integração estariam concluídos em junho do mesmo ano – e a obra toda entregue até o final de 2021.

Entretanto, os planos do governo estadual foram alterados uma vez mais. Em agosto de 2021, o Governo do Estado rescindiu o contrato com a Odebrecht. A justificativa seria que a construtora não deu o devido ritmo às obras, com isso, atrasando o cronograma. Então, segunda colocada na licitação internacional foi convocada e em outubro reassumiu as obras. A previsão de conclusão foi novamente alterado, agora para dezembro de 2022.

Como se vê, já estamos na metade de 2023 e a conclusão da obra e sua entrega se estende sem uma data certa para ser concluída. E olha que estamos falando de apenas 10,8 quilômetros de extensão, que começa no Entroncamento e vai até o municipio de Marituba e teve 78% do orçamento inicial financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão

REFLEXÃO FINAL

Já pensou se Helder Barbalho fosse construir a Alça Viária, complexo viário iniciado e finalizado durante a gestão do ex-governador Almir Gabriel, em 2002, com cerca de 74 km de rodovias e 4,5 km em 4 pontes?

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