Helder discursa sobre meio ambiente em Paris, enquanto oeste do Pará passa por seca extrema

Segundo dados da Defesa Civil, o Rio Tapajós que banha Santarém está 38 centímetros abaixo da maior seca registrada até então, em 2010. Hoje pelo menos três cidades já estão em situação de emergência, são elas Aveiro, Itaituba e Santarém.

O impacto ambiental é sentido diariamente no calor extremo que atinge as cidades, principalmente pela população mais pobre, na morte de centenas de peixes e incêndios descontrolados registrados nesta semana na região sul da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

Segundo especialistas, o que vem acontecendo é fruto de uma política de exploração e destruição da Amazônia. O avanço da soja na região do oeste paraense é um dos maiores responsáveis para o desmatamento da região e coloca a vida do povo em risco diário, pois vivem cercados de agrotóxicos que contaminam o ar, o solo e a água, tudo isso para produzir para exportação e para o lucro, a exemplo da Cargill, empresa norte-americana que foi construída sob cemitério indígena em Santarém e que segue a lógica exploratória do território.

A mineração e o garimpo ilegal nos rios amazônidas é responsável por uma série de impactos socioambientais, como mortes de índios yanomamis em Roraima, peixes contaminados por mercúrio e que são consumidos pela população causando doenças, o assoreamento de rios como está acontecendo em algumas regiões do baixo e médio Tapajós, além da onda de fumaça na capital amazonense e seca extrema no Acre.

E com todas essas ofensivas contra a Amazônia e seus povos, hoje vivemos um colapso ambiental. Enquanto isso, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que também é presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, está em Paris, onde participa do 1° Fórum Esfera Internacional. O encontro discute novas oportunidades de negócios e acordos bilaterais entre Brasil, França e União Europeia, com o foco em temas sobre meio ambiente.