Governo Federal inicia força-tarefa contra garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó

Território já perdeu o equivalente a 253 campos de futebol por ação de garimpeiros.

O Governo Federal iniciou nesta sexta-feira (2) uma nova operação de desintrusão com foco na retirada de invasores e no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, no sudeste do Pará em Cumarú do Norte. A ação, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 709, busca garantir a proteção da população indígena e a preservação ambiental do território, que tem sido duramente pressionado por atividades criminosas.

Homologada em 1991, a TI Kayapó possui 3,2 milhões de hectares de floresta, distribuídos entre os municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach. Desse total, 274 hectares já foram devastados pelo garimpo ilegal — área equivalente a 253 campos de futebol, segundo dados oficiais.

Além do garimpo, a região enfrenta outras ameaças como grilagem de terras, pecuária irregular e extração ilegal de madeira. No entanto, a mineração clandestina é apontada como a mais grave, operando com uso de maquinário pesado e associação a redes de crime organizado. Os impactos incluem desmatamento acelerado, contaminação de rios por mercúrio e destruição da biodiversidade local.

A força-tarefa é coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas, com participação de mais de 20 órgãos federais, entre eles Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Funai, Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e Abin.

O plano da operação inclui ações conjuntas de fiscalização, inutilização de equipamentos utilizados em atividades ilegais, monitoramento aéreo e terrestre, além de medidas preventivas para evitar a retomada das invasões. Estão previstas ainda ações de comunicação e diálogo com as comunidades indígenas, para garantir que a operação ocorra de forma pacífica, transparente e respeitosa.

Esta é a oitava operação de desintrusão promovida pelo Governo Lula desde 2023. Já foram realizadas ações semelhantes nas terras indígenas Alto Rio Guamá, Apyterewa, Trincheira Bacajá, Munduruku, Karipuna, Yanomami (em execução) e Araribóia (em execução). Outras operações estão previstas para 2025.

A iniciativa reforça o compromisso do Governo Federal com a legalidade, os direitos dos povos originários e a preservação dos biomas brasileiros, diante do avanço das atividades ilegais na Amazônia.

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