A manhã deste sábado amanheceu em clima de devoção e expectativa em Belém. Fiéis lotam a orla de Icoaraci à espera da imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, que chega para a tradicional Missa Campal antes do início do Círio Fluvial. O percurso, iniciado ainda na madrugada, já dura quase três horas de fé e emoção pelas estradas da capital.
Neste ano, a saída da imagem trouxe uma novidade que rompeu uma tradição de décadas. Por determinação das autoridades locais, a romaria parte do novo terminal hidroviário de Icoaraci, substituindo o antigo trapiche, ponto histórico de partida das embarcações. A mudança foi motivada por questões de segurança e logística, mas não diminuiu o entusiasmo dos devotos.
Enquanto esperam a chegada da berlinda, famílias inteiras se reúnem na beira do rio para rezar, cantar e agradecer. Muitos trazem flores, velas e pequenas imagens da santa, mantendo viva a simbologia que move o Círio de Nazaré há mais de dois séculos. A cada romaria, novas histórias de fé se misturam às tradições que atravessam gerações.
Com a missa campal, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré será embarcada para o Círio Fluvial, uma das mais belas procissões do fim de semana. Centenas de embarcações, ornamentadas e lotadas de promesseiros, acompanham a padroeira até o cais do Porto, em Belém. O cortejo sobre as águas marca mais um capítulo da maior manifestação religiosa do Norte do país.
Ao longo do trajeto, a emoção é visível no rosto dos devotos que acenam das margens e embarcações. O encontro entre a fé e a paisagem amazônica faz do Círio uma celebração única, onde tradição e devoção se misturam em um espetáculo de cores, cânticos e esperança.