Família entrega filhote de jaguatirica para reabilitação em Belém - Estado do Pará Online

Família entrega filhote de jaguatirica para reabilitação em Belém

Animal resgatado no Marajó foi encaminhado ao Cetras da Ufra, onde recebe cuidados especializados antes de possível retorno à natureza

Divulgação

Um filhote de jaguatirica (Leopardus pardalis) de aproximadamente um mês foi entregue de forma voluntária por uma família de Soure, no Arquipélago do Marajó, às autoridades ambientais.

O animal, encontrado em uma área de mata no bairro Tucumanduba, apresentava sinais de desidratação e pesava pouco mais de meio quilo.

Após os primeiros cuidados, foi transferido para Belém, onde agora está sob acompanhamento do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), da Ufra.

A operação envolveu uma rede de instituições, incluindo o Ideflor-Bio, a Secretaria de Meio Ambiente de Soure e o Instituto Bicho D’água.

A ação foi formalizada por meio de termo de entrega voluntária, o que garante ao animal tratamento adequado e a chance de voltar ao seu habitat.

“Recebemos o filhote bastante debilitado, mas conseguimos mobilizar rapidamente a logística necessária para que ele fosse encaminhado com segurança”, destacou Osiane Barbosa, gerente regional do Ideflor-Bio no Marajó.

Em Belém, especialistas avaliaram que, apesar da fragilidade, o animal tem boas condições de recuperação.

“A primeira análise indicou que, apesar da desidratação, o filhote tem boas chances de recuperação. Ele agora será acompanhado pela equipe técnica do Cetras, que fará o monitoramento e a reabilitação adequados, para que futuramente se avalie a possibilidade de reintrodução na natureza”, explicou Hugo Dias, também do Ideflor-Bio.

A jaguatirica é um felino de médio porte, com pelagem característica em tons amarelados e manchas em roseta, muitas vezes confundida com a onça.

Presente na Amazônia e no Cerrado, tem papel essencial no equilíbrio ecológico por controlar populações de pequenos animais, aves e répteis. Entretanto, sofre ameaças constantes devido à perda de habitat e à caça.

A legislação brasileira proíbe a captura e manutenção de animais silvestres sem autorização. A Lei nº 9.605/1998 prevê pena de até um ano de detenção, além de multa.

A entrega voluntária, como a realizada pela família de Soure, é o caminho recomendado, pois oferece ao animal a chance de recuperação e, quando possível, retorno à vida livre.

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