O funcionário da fábrica de velas suspeito de repassar informações que ajudaram na execução do empresário Antônio Eugênio, 65 anos, vice-presidente da Fiepa, não recebeu nenhum valor pelo crime. A confirmação foi feita pelo delegado Arthur Braga, da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), durante entrevista exclusiva nesta sexta-feira (05), ao jornalista Sérgio Manoel, da TVC Pará.
O homem, identificado como Sebastião Monteiro dos Santos, é apontado como responsável por planejar e repassar dados sobre a rotina da fábrica e do empresário aos executores. Segundo a polícia, ele acreditava que receberia parte de um montante que seria levado durante a ação criminosa, inicialmente articulada para ocorrer no dia do pagamento dos funcionários.
No entanto, após a execução do crime e a fuga dos assassinos, o valor não foi repassado. “Ele entrou no crime achando que teria vantagem financeira, mas acabou preso e sem receber nada”, disse o delegado Arthur Braga.
Sebastião já havia sido ouvido logo após o assassinato, ocorrido em outubro, mas negou qualquer envolvimento. Segundo a DRFR, um funcionário da fábrica relatou que ele teria comentado, dias antes do crime, que “algo muito importante iria acontecer”. A versão apresentada por ele à época acabou considerada falsa pela polícia.
A confirmação da participação ocorreu após análises técnicas de celulares apreendidos, relatórios de localização e cruzamento de dados de chamadas e mensagens. A polícia conseguiu colocar o suspeito no contexto de planejamento e monitoramento da rotina da empresa. No momento do cumprimento da prisão, nada foi apreendido na casa do investigado. Ele estava com os familiares e não ofereceu resistência.
Outros envolvidos
Além dele, três suspeitos já foram presos:
- o executor que efetuou os disparos contra o empresário;
- um comparsa que invadiu a fábrica e rendeu funcionários;
- o motorista de aplicativo que prestou apoio logístico ao grupo.
Um quarto envolvido, responsável por auxiliar os criminosos na fuga em uma motocicleta, segue foragido. Segundo a polícia, ele também já foi identificado e deve ser localizado nos próximos dias.
Durante a investigação, um dos envolvidos que tinha ligação direta com Sebastião morreu. Ele seria o contato responsável por integrar o funcionário ao restante do grupo criminoso.
De acordo com o delegado, o inquérito já está praticamente finalizado. Falta apenas localizar o suspeito que conduziu a motocicleta usada na fuga. “A estrutura do crime está esclarecida. Restam apenas os detalhes finais e o cumprimento da última ordem judicial”, pontuou o delegado.
Antônio Eugênio tinha 65 anos, era um dos empresários mais influentes do setor industrial do Pará e atuava diretamente na representatividade empresarial do estado. O crime segue com motivação financeira confirmada, segundo a polícia.
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