Um estudo do Instituto Sonho Grande revelou que alunos de ensino médio integral tiveram desempenho superior no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 em comparação aos estudantes de escolas de tempo parcial. A diferença mais significativa foi registrada na redação: em média, os estudantes do tempo integral obtiveram 12 pontos a mais, chegando a 27 pontos nas unidades onde todas as matrículas são integrais.
Além da redação, os alunos do modelo integral também apresentaram resultados melhores em matemática e suas tecnologias, com cinco pontos acima da média das escolas regulares. A diretora-executiva do instituto, Ana Paula Pereira, avaliou que o formato proporciona mais oportunidades de aprendizagem e maior preparação para a vida acadêmica e profissional.
De acordo com o Censo Escolar de 2024, o Nordeste concentra os maiores percentuais de matrículas em tempo integral, com destaque para Pernambuco (69,6%), Ceará (54,6%) e Paraíba (54,5%). Nessas regiões, os estudantes apresentaram médias mais altas em todas as áreas avaliadas pelo Enem. No Ceará, por exemplo, a diferença na redação entre escolas integrais e regulares chegou a 134 pontos.
Outro levantamento, realizado em parceria entre os economistas Naercio Menezes Filho e Luciano Salomão e o Instituto Natura, apontou ainda que alunos de escolas integrais participam mais do Enem, com índice 16,5% superior ao dos demais. Para especialistas, o modelo é considerado uma política pública com potencial de transformação social e econômica.
Mesmo com avanços, o país ainda não atingiu a meta do Plano Nacional de Educação, que previa 25% das matrículas da educação básica em tempo integral até 2024. A proporção atual é de 22,9%. Especialistas defendem continuidade no financiamento, apoio a estudantes em situação de vulnerabilidade e planejamento das redes estaduais para que a política avance de forma consistente.
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