Maniva, jambu, tucupi, pimenta-de-cheiro, cupuaçu e bacuri. Sozinhos, esses ingredientes já encantam pelos aromas e cores. Combinados, transformam-se em expressão viva da cultura gastronômica do Pará, celebrada nesta sexta-feira (25), data em que se homenageia oficialmente a Culinária Paraense.
Em Belém, a Estação das Docas — localizada às margens da Baía do Guajará — tem sido o palco principal dessa celebração há 25 anos. O complexo turístico e cultural funciona como vitrine permanente dos sabores do estado, oferecendo aos visitantes e moradores uma verdadeira imersão sensorial, com pratos clássicos e releituras criativas da cozinha regional.
O passeio gastronômico começa com as iguarias mais tradicionais, como unha de caranguejo, tacacá, vatapá com camarões e folhas de jambu, e se estende a pratos premiados como o filhote grelhado com arroz de jambu e redução de tucupi — vencedor do concurso Ver-o-Peso da Cozinha Paraense.
“Nós seguimos um conceito regional, com produtos frescos, de origem local, respeitando as técnicas tradicionais da nossa culinária para garantir sempre um sabor paraense autêntico”, afirmam Ruth e Michelle Xerfan, empresárias da Estação.
Inovação com identidade
Chefs e empreendedores locais têm apostado em releituras criativas sem perder a essência da tradição. Pratos como filhote com arroz de coco e molho de vatapá, filé marajoara com risoto de maniçoba, e o “filhote afogado” com bechamel de jambu são exemplos de como a gastronomia paraense pode unir simplicidade e sofisticação.
“É um prazer transformar ingredientes conhecidos em pratos com nova roupagem, entregando uma experiência diferente, sem perder o sabor de origem”, explica o chef Guto Resende.
A valorização de ingredientes com denominação de origem, como o tucupi e a castanha-do-Pará, também é um diferencial. “Priorizamos os produtores locais e mantemos viva a autenticidade dos sabores do Pará”, destaca a empresária Glenda Alves.
Tradições que atravessam gerações
Ícones como o pato no tucupi e a maniçoba são indispensáveis, especialmente durante o Círio de Nazaré. Outro clássico que surpreende visitantes é a combinação de peixe frito com açaí, tradição mantida em barracas do mercado Ver-o-Peso.
“O turista se surpreende com a explosão de sabores. Nosso cardápio equilibra tradição com toques modernos”, dizem os empresários Eduardo e Aline Pontes.
A experiência continua nas sobremesas e nas cervejas artesanais com sabores da floresta, como priprioca, taperebá e bacuri. Frutas regionais também são transformadas em doces e sorvetes, garantindo um encerramento doce à experiência.
Sabores do Pará no centro do mundo
A poucos meses da realização da COP 30, que acontecerá em Belém em novembro de 2025, a gastronomia paraense ganha ainda mais visibilidade como patrimônio cultural e ativo turístico. Nesse cenário, a Estação das Docas se consolida como ponto estratégico para apresentar ao mundo os sabores da Amazônia.
“Neste Dia da Culinária Paraense, celebramos os mestres da cozinha, os ingredientes nativos e os sabores que atravessam gerações. O convite está aberto para que todos venham sentir o Pará com todos os sentidos”, afirma Ruan Rocha, diretor-presidente da Organização Social Pará 2000, responsável pela administração do espaço.
Serviço
Estação das Docas
Funcionamento: domingo a quinta-feira, das 10h à meia-noite; sexta e sábado, das 10h à 1h
Local: Av. Boulevard Castilhos França, s/n – Campina, Belém (PA)
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