A crise política no Nepal ganhou contornos ainda mais dramáticos nesta terça-feira (9/9). A esposa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, identificada como Chitrakar, morreu após manifestantes incendiarem a residência do político durante os intensos protestos que tomam conta do país desde segunda-feira (8).
Segundo informações do portal local Khabar Hub, Chitrakar chegou a ser socorrida ao Exército com queimaduras graves, mas não resistiu. Os protestos, que começaram como reação à corrupção no governo e se intensificaram após a decisão de proibir redes sociais como Facebook, WhatsApp, YouTube e X, deixaram pelo menos 19 mortos durante confrontos com as forças de segurança.
Em Katmandu, capital nepalesa, manifestantes atearam fogo a veículos, atacaram a polícia de choque com pedras e chegaram a invadir o prédio do Parlamento federal, provocando incêndios. O aeroporto internacional da cidade também cancelou todos os voos programados para terça-feira.
Uma das manifestações foi batizada de “Geração Z”, em referência à juventude que lidera os protestos contra as restrições digitais impostas pelo governo.
Diante do caos, o primeiro-ministro do Nepal, KP Sharma Oli, anunciou sua renúncia em carta enviada ao presidente Ramchandra Paudel.
“Considerando a situação extraordinária que prevalece no país e a fim de facilitar novos esforços em direção a uma solução política constitucional e à resolução do problema, renuncio ao cargo de Primeiro-Ministro, com efeito imediato, nos termos do Artigo 77(1)a da Constituição”, declarou Oli.
Com a saída do premiê e a escalada da violência, o país asiático entra em uma das fases mais críticas de sua história recente.
Leia também:
Deixe um comentário