Equipe do EPOL é hostilizada durante cobertura da manifestação de professores na Seduc

O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) foi notificado e enviou um nota prestando solidariedade aos profissionais de imprensa, ressaltando que entrou em contato com o Sintepp para dialogar sobre o caso.

Membros do Sintepp impedem jornalistas de gravar com um dos coordenadores sindicais

Uma equipe de reportagem do portal de notícias Estado do Pará On-line (EPOL), que realizava a cobertura jornalística da Assembleia Geral do SINTEPP, que ocorria na sede da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) foi impedida por professores que lideram o movimento grevista, de realizar filmagens no local. Os profissionais, o cinegrafista André Galvão e a repórter Sarah Carvalho, foram alvo de xingamentos e hostilidades por parte de homens que integram o movimento e decidiram deixar o local após serem expulsos de dentro do órgão público.

A Constituição de 1988, em seu artigo 220, estabelece que a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerá qualquer restrição, respeitado o que nela estiver disposto.

O principal tema em debate entre os educadores é a proposta de termino da greve que foi pactuada após assinatura de um Termo de Compromisso assinado pelo governo do Pará, o SINTEPP e representantes de comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais, visando a desocupação da SEDUC, o fim da greve na educação e a revogação da Lei 10.820.

Após o ocorrido, a equipe optou por sair, visando preservar a integridade física, emocional e os equipamentos utilizados na cobertura.

É importante ressaltar que a mesma equipe do Estado do Pará Online foi o único veículo jornalístico presente desde o início da manifestação ocorrida em 18 dezembro de 2024, quando professores entraram em confronto com a polícia. O episódio resultou em vários educadores feridos devido ao uso de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Na tarde da última quarta-feira (5), uma equipe de reportagem da TV Liberal também foi retirada da cobertura da ocupação da Seduc, que já dura 23 dias. Imagens registradas no local mostram a repórter Polyanne Guimarães e o cinegrafista Marcos Pinheiro deixando a manifestação escoltados por um policial.

De acordo com as informações, a equipe foi expulsa sob protestos de indígenas porque o veículo de comunicação só teria comparecido ao local após o governador Helder Barbalho (MDB) assinar um termo de compromisso para revogação da Lei 10.820/2024.

O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) foi notificado e enviou um nota prestando solidariedade aos profissionais de imprensa, ressaltando que entrou em contato com o Sintepp para dialogar sobre o caso.

O Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-Pa) manifesta solidariedade aos jornalistas Sarah Carvalho e André Galvão, do portal O Estado do Pará Online. O Sinjor-PA repudia qualquer ato de hostilização à imprensa. Assim que foi informado, o sindicato entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadora em Educação Pública no Estado do Pará (Sintepp) para dialogar sobre o caso, destacando a importância do trabalho jornalístico ser respeitado e os direitos de trabalhadores jornalistas garantidos. O Sinjor ressalta, ainda, que prima por uma relação de parceria histórica entre professores e jornalistas, para que os direitos de organização sindical e do livre exercício profissional sejam devidamente assegurados e se complementem.

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