O enviado especial Steve Witkoff e Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegaram a Israel nesta segunda-feira (20) com o objetivo de reforçar o frágil cessar-fogo em Gaza, após uma nova escalada de violência colocar em risco o acordo mediado por Washington.
A Embaixada dos EUA confirmou que os dois enviados pousaram em Tel Aviv. Pouco depois, o Exército israelense informou que havia retomado a aplicação do cessar-fogo, interrompido temporariamente após Israel acusar militantes do Hamas de matarem dois soldados no domingo (19). Um oficial israelense disse ainda que as transferências de ajuda humanitária seriam retomadas nesta segunda-feira, embora, até o início da tarde, o fluxo ainda não estivesse totalmente restabelecido.
Mais de uma semana se passou desde o início da trégua proposta pelos EUA, que busca encerrar dois anos de guerra entre Israel e o Hamas. A trégua prevê o desarmamento gradual do Hamas, a retirada das forças israelenses de áreas adicionais da Faixa de Gaza e a criação de uma autoridade internacional para governar o território.
Durante voo a bordo do Air Force One, Trump comentou que o Hamas tem sido “bastante turbulento” e sugeriu que os recentes ataques poderiam ter sido causados por “rebeldes” dentro do grupo.
Desde o início do cessar-fogo, forças de segurança do Hamas voltaram às ruas de Gaza, afirmando buscar restaurar a ordem em regiões de onde Israel se retirou. No entanto, o grupo segue acusando o governo israelense de violar o acordo em várias ocasiões.
Enquanto isso, uma delegação do Hamas, liderada pelo principal negociador Khalil al-Hayya, viajou ao Cairo para acompanhar a implementação da trégua com mediadores internacionais.
Os palestinos em Gaza demonstram cautela quanto à manutenção do cessar-fogo após os recentes confrontos. “Devem haver preocupações enquanto as questões não forem resolvidas”, disse Hossam Ahmed, deslocado da cidade de Khan Younis.
A guerra, iniciada após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, deixou cerca de 1.200 israelenses mortos e 251 pessoas sequestradas. Em resposta, a ofensiva israelense já provocou a morte de mais de 68 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos dados são amplamente reconhecidos por agências da ONU e observadores independentes. Israel contesta os números, mas não divulga balanço próprio.
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