Edson Franco: A partida e a fala de quem o chamava de “tubarão da educação”

Caricatura de Edson Franco
Edson Franco, fundador e reitor da primeira faculdade privada no Pará, ícone da educação particular, na caricatura digital de Waldez.

Inicio este artigo me solidarizando com a família, amigos, ex-alunos e parceiros de trabalho do professor Edson Franco, acima de tudo, um educador e empreendedor visionário, à frente do seu tempo e que sonhou e realizou o que poucos conseguiram.

Advogado e jornalista, o educador Edson deixa esposa com quem era casado há 60 anos e cinco filhos. No auge dos seus 86 anos estava desde o início deste mês internado em uma UTI de um hospital particular em Belém, onde foi tentar se recuperar de problemas cardíacos e respiratórios e passou por uma cirurgia, mas não resistiu a um infarto e faleceu na madrugada desta quinta-feira, 13.

O velório foi realizado a partir das 9h, na capela do colégio Nossa Senhora de Nazaré e o sepultamento ocorreu às 15h, no cemitério Santa Izabel, em Belém. 

HOMENAGENS

Desde que foi anunciada pela família, a partida do professor Edson Franco foi lamentada por diversas lideranças políticas do estado e, entre elas, chama a atenção a fala do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), em seus discursos mais radicais, somava-se a tantos outros expoentes da esquerda, rotulando os donos das escolas e universidades privadas como “tubarões da educação”.

O termo cunhado pelos “socialistas” era repetido em reforço à tese da defesa da educação pública e de qualidade e contra aqueles que estavam criando instituições de ensino privadas.

Atacar os empreendedores que fundaram as primeiras escolas e faculdades particulares fazia parte da rotina de educadores sindicalistas de esquerda, que hoje vemos mais moderados em suas declarações públicas, pelo menos.

Edmilson e muitos da chamada esquerda paraense mudaram muito no decorrer dos últimos anos, sobretudo em relação a quem chamavam de burgueses, “elites” e em assuntos espinhosos, como a privatização, hoje em curso na prefeitura de Belém, através de uma licitação recentemente anunciada e que definirá uma empresa para fazer a coleta e armazenamento do lixo, que há tempos não deveria estar sendo despejado pelas prefeituras da Região Metropolitana de Belém, no aterro sanitário, mas conhecido como “Lixão de Marituba”, poluindo o ar, o solo e o ar.

DEMAIS POLÍTICOS

“Lamento profundamente o falecimento do professor Édson Franco, nesta quinta-feira. Fundador e primeiro reitor da Universidade da Amazônia, instituição na qual estudei, o professor Édson sempre será lembrado pelas suas contribuições e dedicação à educação no Pará. Meus sentimentos aos familiares neste momento”, disse o governador Helder Barbalho.

O presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), deputado Chicão (MDB) disse que Edson Franco foi um visionário e sempre esteve alerta para as mudanças na educação superior. “O professor foi um grande incentivador da formação acadêmica na Amazônia. Fundou a Unama e foi o seu primeiro reitor, transformando-a em uma das maiores universidades de nosso Estado”.

Deputado Chicão com Edson Franco, durante o lançamento do livro ‘Constituição do Estado do Pará”, editado em homenagem ao jurista, deputado e constituinte Zeno Veloso. Solenidade realizada no auditório João Batista no dia 19 de junho passado.  Foto: Baltazar Costa (AID/Alepa)

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