Documento interno da FCP aponta alternativas de gestão e possível privatização do Cine Líbero Luxardo, em Belém - Estado do Pará Online

Documento interno da FCP aponta alternativas de gestão e possível privatização do Cine Líbero Luxardo, em Belém

Funcionários do Cine Líbero Luxardo demonstram preocupação com futuro do cinema após documento interno da FCP sugerir novas formas de gestão.

A Fundação Cultural do Estado do Pará (FCP) avalia novos modelos de gestão para o Cine Líbero Luxardo, com o objetivo de tornar a programação do cinema mais eficiente e contínua. Um documento interno, datado de 22 de agosto de 2025, enviado pela Gerência do Cine Teatro Líbero Luxardo (GCLL) ao Gabinete da Presidência da FCP, sugere a adoção de parcerias com Organizações Sociais (OS) ou Organizações da Sociedade Civil (OSC). A medida surpreendeu os funcionários e gerou apreensão quanto ao futuro de seus vínculos.

O documento detalha que a contratação de licenciamento de filmes, regida pela Lei nº 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos), tem se mostrado incompatível com a manutenção de uma programação diversa e ágil. Entre os obstáculos estão a morosidade dos trâmites processuais, a dificuldade em obter documentação necessária e a limitação de mão de obra técnica, fatores que dificultam atender às demandas de programação no ritmo exigido pelo setor audiovisual.

Experiências de gestão e repercussão

A gerência pesquisou experiências de cinemas públicos em outros estados, destacando que parcerias com OS ou OSC têm se mostrado eficientes. No Ceará, o Instituto Dragão do Mar administra equipamentos como o Cinema do Dragão e o Cineteatro São Luiz, garantindo maior autonomia na negociação de licenciamento e curadoria. No Distrito Federal, o Cine Brasília é gerido em parceria com a Box Cultural, mediante termo de colaboração de 36 meses, garantindo metas de programação e diversidade de sessões. Em Goiás, o Cine Cultura permanece sob gestão direta, mas a Secult-GO realiza chamamentos públicos para OSCs em projetos como o Cine Goiás Itinerante, mostrando uma adoção gradual de modelos de parceria público-privada.

A possibilidade de mudanças na gestão gerou preocupação entre os trabalhadores do cinema. Um servidor, que preferiu não se identificar, afirmou ter receio sobre como ficariam os vínculos de funcionários efetivos e antigos. Em resposta, a gerente do Cine Líbero Luxardo, Nádia Alves, reforçou que a função do documento foi apenas atender à solicitação de suporte técnico e que não haverá interrupção no funcionamento do cinema. Alves também esclareceu que os servidores efetivos mantêm estabilidade e vínculo com a Fundação, e que esclarecimentos adicionais podem ser solicitados ao Gabinete da Presidência da FCP.

O documento segue em análise no Gabinete da Presidência, que deverá decidir sobre as alternativas de gestão que garantam a sustentabilidade e regularidade da programação do Cine Líbero Luxardo, sem comprometer sua função cultural.

LEIA O O DOCUMENTO INTERNO COMPLETO ABAIXO: