DNA de provável filha de combatente da Guerrilha do Araguaia será analisada

O material genético será incluído no Banco Federal de Perfis Genéticos, onde poderá ser comparado com restos mortais ou perfis de parentes relacionados ao caso. Entenda:

Foto divulgação

Na tarde da última quarta-feira (24), a Polícia Federal realizou a coleta de DNA de Lia Cecilia da Silva Martins, provável filha de um combatente da Guerrilha do Araguaia. A amostra foi coletada por meio de um swab bucal e será enviada ao Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. O material genético será incluído no Banco Federal de Perfis Genéticos, onde poderá ser comparado com restos mortais ou perfis de parentes relacionados ao caso.

Em 2010, Lia Cecilia já havia realizado um teste de DNA particular, que revelou 90% de probabilidade de ser filha de Antônio Teodoro de Castro, guerrilheiro cearense que atuou na Guerrilha do Araguaia e morreu em 1973. O teste comparativo foi feito com Mercês Castro, irmã do guerrilheiro. A identidade da mãe de Lia Cecilia, uma paraense desconhecida, permanece sem confirmação.

Divulgação PF

Após ser entregue a uma creche em Belém e adotada por funcionários do local, Lia Cecilia descobriu em 2001 que seu pai biológico era Antônio Teodoro. Em 2009, a possibilidade de ser filha do guerrilheiro levou-a a realizar o teste de DNA particular. A coleta atual tem o potencial de confirmar oficialmente sua identidade e contribuir para a resolução do caso dos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia.

Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento armado que ocorreu no Brasil entre 1967 e 1974, durante o regime militar. Liderado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o grupo buscava a derrubada do governo militar e a instalação de um regime socialista. A guerrilha atuou na região do Araguaia, uma área de difícil acesso nos estados de Goiás e Pará, onde estabeleceu bases e tentou mobilizar a população local.

O regime militar respondeu com uma dura repressão, utilizando forças armadas e métodos violentos para combater os guerrilheiros. O conflito resultou em um número significativo de mortos e desaparecidos, e a guerrilha foi oficialmente derrotada em 1974. A repressão à Guerrilha do Araguaia é lembrada como um exemplo dos abusos e violações de direitos humanos durante o período da ditadura militar brasileira.

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