Diretoria do Paysandu diverge sobre contratações de junho; entenda

Em coletiva conjunta, executivo e presidente reforçam união por reação na Série B, admitem dificuldades no mercado e prometem esforço máximo por reforços

Jorge Luís Totti / Paysandu

A coletiva de imprensa realizada na Curuzu nesta segunda-feira (10) reuniu o presidente do Paysandu, Roger Aguilera, e o executivo de futebol Carlos Frontini. O encontro, que durou cerca de uma hora, foi marcado por explicações, autocríticas e promessas de reação em meio ao momento delicado vivido pelo clube na Série B do Campeonato Brasileiro.

Durante a coletiva, Carlos Frontini abordou os desafios do Paysandu no mercado da bola, principalmente diante da situação delicada do clube na tabela. O executivo explicou como a posição na lanterna da Série B dificulta o convencimento de atletas e como o momento influencia diretamente nas negociações.

“Na parte da frente precisamos reforçar. Neste acúmulo de jogos, acabamos sentindo mais. Apareceram lesões, o time jogou bastante. Não está fácil. Já passei por esse tipo de situação. Não é fácil você convencer um atleta quando você está na zona de rebaixamento. Este é o nosso momento e hoje temos que encarar diferente, entender que precisamos tirar o time desta situação pela grandeza do clube. Quando você se coloca na situação do jogador que está do outro lado, um da Série A, por exemplo, dificilmente ele sai de lá para vir para uma equipe que está na última colocação, a qual é o nosso momento. Por isso é ruim quando não vencemos o jogo. Vamos supor que tivéssemos vencido, praticamente estaríamos fora nesta rodada da zona. O convencimento seria mais fácil. Às vezes, miramos um jogador destaque da Série C. Na cabeça dele, pensa: ‘Vou sair de um time que está brigando pelo acesso na Série C para brigar contra o rebaixamento na B?’. Então, não é fácil, mas entendo que o torcedor quer reforços. Estamos aqui para fazer isso. Estamos fechados com dois atletas. Só faltam as assinaturas. Provavelmente, vamos fechar mais quatro ou cinco nomes nessa janela curta”, destacou.

Frontini também ressaltou que o Paysandu terá um calendário mais espaçado agora só com a Série B para disputar – o que pode ajudar no condicionamento dos atletas. Segundo ele, o clube busca reforços que estejam prontos para o desafio e não se escondam atrás de desculpas.

“Vamos ter um jogo por semana. Acho que temos bons atletas aqui, que fazem grandes jogos, mas que sentem um grande cansaço. Isso não é desculpa, é fato! Temos que achar soluções, atletas identificados com o clube, que a camisa pede, que a torcida pede. Que entendam que o desafio não será fácil. Não podemos trazer atletas que tragam desculpas, mas sim soluções. Estamos sendo claros. A torcida cobrar. Se ganhar, ela apoia. Estamos com dois, praticamente, certos. Mas será que vamos conseguir convencer esses novos? Não é tão fácil assim”, ressaltou.

Logo após a indagação de Frontini, Roger Aguilera entrou na conversa. O presidente reforçou que, mesmo diante das dificuldades, o clube está empenhado em buscar reforços e que a diretoria está comprometida em fazer o Paysandu reagir na competição. Ele reconheceu limitações financeiras, mas prometeu esforço máximo para reforçar o elenco.

“Independente disso, vamos vencer todas as dificuldades e trazer os atletas. Vamos ao mercado. A camisa do Paysandu é pesada e vamos fazer todos os esforços. Não tem desculpa! Vamos trabalhar e reverter isso com muito trabalho. Não há outro caminho. Precisamos ter a parte financeira para contratar outros atletas. Muitos que estão aqui, o Frontini já está vendo o posicionamento. Estamos honrando os compromissos. Pagamos muitas contas do passado e vamos seguir honrando. A parte financeira pesa. Eu queria ter uma folha de R$ 3 milhões, mas eu não posso. Vamos ser mais agressivos. Temos que olhar o lado financeiro, mas precisamos sair da casinha para respirar na competição”, ponderou.

Por fim, Roger apontou que a atual janela de transferências é curta – abre dia 2 e fecha dia 10 de junho –, mas há uma estratégia sendo construída para avaliar melhor o elenco ao longo da temporada, pensando também nas próximas oportunidades de reforço.

“Nessa janela, devemos contratar um ou dois atletas a mais do que temos. Como a janela é curta, não há muita oportunidade. Na próxima, vai surgir mais tempo, vamos avaliar. E aí vamos avaliando”, finalizou.