O diretor da Unidade de Custódia e Reinserção I (UCR I) de Santa Izabel do Pará, Afonso Libório, foi acusado por uma servidora do sistema penal de suposto assédio sexual contra agentes penitenciárias. A denúncia foi divulgada inicialmente pelo site Antagônico e confirmada pelo EPOL.
Em um áudio enviado pela denunciante, Afonso pede para não ser denunciado e afirma estar disposto a aceitar o pedido de transferência da servidora, previamente solicitado.
De acordo com a servidora, o diretor também escrevia poesias onde declarava “estar apaixonado” por pelo menos sete mulheres que trabalham na unidade, incluindo profissionais do setor administrativo, policiais penais e enfermeiras.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que tomou conhecimento das denúncias, e deu início às investigações via Corregedoria institucional. A Secretaria informou também que “não compactua com qualquer atitude ou ação de desvio de conduta de seus servidores”.
A reportagem entrou em contato com uma fonte interna da Seap, e nos foi informado que o denunciado já tem histórico de assédio sexual contra mulheres da unidade.
Veja o relato da denunciante:
- “Queria tornar público aqui o que está ocorrendo na unidade UCR de Santa Izabel, tendo em vista a omissão de quem administra a instituição e permanece na inércia em não apurar e punir os casos de assédios que vem ocorrendo nessa administração”
- “O diretor da UCR I, um senhor idoso, aparentemente uma imagem pública quase perfeita, moralmente correta, mas só aparentemente. Pois esse velho tarado é contumaz em assediar suas funcionárias. O senhor diretor com aparência de bom velhinho, se aproveita do cargo que possui para assediar de forma velada as mulheres do local de trabalho”
- “Começa com um comentário no storys do WhatsApp, umas puxadas de conversa “despretensiosa” fora do horário de trabalho, uma pergunta qualquer, oferecimento de carona, e aí a oportunidade e início dos assédios”
- “Sem escrúpulos o diretor chega a escreve poesias dizendo está apaixonado por suas vítimas.”
- “Todas essa mulheres vem recebendo as investidas do senhorzinho assediador. O diretor possui histórico em assédios, há informações que o mesmo possui filhos com 3 mulheres do sistema penal. Se é que ele as engravidou mesmo, porque para dar confiança para um ser desse só sendo sem valor.”
- “Há informações ainda que recentemente ele assediou uma servidora que é parente de um policial que havia dado entrada na unidade, e que o policial o confrontou dizendo que aguardaria ele na cela por está assediando sua parente. Caso esse que repercutiu pelos corredores, mas que foi abafado . ATÉ QUANDO VÃO OCORRER COISAS DESSA NATUREZA E PASSADAS PANO? Segue registro de áudio do assediador implorando para não ser denunciado.”
Em áudio, o diretor pede para não ser denunciado, e que, se fosse necessário, transferiria a servidora que a denunciou sem que ela fosse substituída. Ele diz que não sabe se “volta para o trabalho” e pede para ela o “ajude e não o “prejudique”. Ao final, Libório afirma que não fará mais “nenhum contato” com a denunciante”.
“Em função dessa coisa (denúncia), eu não sei se volto para o meu trabalho, mas eu estou pedindo para você então que, se puder, não me prejudique. A (vítima) já está controlada e não vai me importunar. Eu só queria que você pudesse me ajudar. Eu nunca lhe pedi nada, eu nunca lhe obriguei a nada, eu nunca insinuei nada por força do meu cargo para forçar você fazer ou não fazer qualquer coisa que seja. Você sabe exatamente disso, você sabe do meu respeito por você e é enorme. Me disse que estou fazendo esse pedido, tá bom? Não vou mais fazer nenhum tipo de contato com você. Já disse, né? Não sei se ainda depende de mim, mas se depender, você pode fazer o seu pedido lá de transferência que eu não vou mais condicionar como fiz a substituição, tá bom? É isso. Bom dia”, disse.
O outro lado
Como não conseguimos contato com o diretor da unidade, o espaço do EPOL segue aberto caso ele queira se manifestar. Atualizaremos a matéria em caso de retorno.
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