Deputada Lívia Duarte propõe CPI para investigar casos de abuso no Marajó

O primeiro pedido para criação da CPI do Marajó partiu dos parlamentares de oposição ao governo. Agora, pressionada pelas redes sociais, a base do governo propõe um novo rearranjo para que a CPI não seja controlada pelos deputados bolsonaristas.

Livia duarte
Divulgação Alepa

A deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) elaborou nesta quarta-feira (20) um requerimento para a abertura e instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as vulnerabilidades enfrentadas por crianças e adolescentes no arquipélago do Marajó. A proposição surge em resposta às denúncias de abuso e exploração sexual infanto-juvenil na região.

O requerimento já recebeu adesão dos deputados Carlos Bordalo (PT) e Paula Titan (MDB), totalizando três assinaturas, além da autora. No entanto, são necessárias mais 10 assinaturas de deputados da Casa para atingir o mínimo exigido pelo regimento interno da Assembleia Legislativa do Pará, que são 13 assinaturas. Somente após a coleta dessas assinaturas, o requerimento de CPI poderá ser protocolado.

Além de identificar os responsáveis pelos crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a CPI visa recomendar políticas públicas aos entes federativos que possam melhorar a qualidade de vida da população do Marajó.

Essa não é a primeira CPI que tentam criar para investigar a situação do Marajó, como mostrado aqui no portal Estado do Pará Online. Os deputados federais do Partido Liberal abriram um requerimento no último dia 27 de fevereiro, porém, o documento só teve 10 assinaturas dos 41 deputados que compõem a casa. Ou seja, a CPI não foi protocolada.

Leia também:

O novo pedido de CPI, partindo agora de uma parlamentar que se diz oposição, mas que vem votando em conjunto com a base aliada e favorável aos projetos e interesses do governo de Helder Barbalho (MDB), pode ter como finalidade impedir que os deputados do PL, bolsonaristas assumidos, comandem as investigações.

Como dito anteriormente, a base do governo não quis assinar o primeiro pedido de CPI, alegando que ela poderia ser usada como palanque político para a oposição, mas devido à pressão das redes sociais sobre os parlamentares, um novo rearranjo foi pactuado para estancar a sangria de votos e as críticas que emanaram, sobretudo depois da grande repercussão da bombástica Carta do Bispo do Marajó.

Leia também: