A COP30 chega ao seu décimo dia, nesta quarta-feira, 19, com uma agenda que mergulha em questões essenciais para a sobrevivência dos territórios e das populações que dependem diretamente deles. O dia será dominado por discussões sobre produção de alimentos, práticas agrícolas resilientes, igualdade de gênero, pesca artesanal e iniciativas que integrem desenvolvimento sustentável e turismo. O foco: transformar debates em ações concretas capazes de enfrentar a crise climática onde seus impactos são mais severos.
Mulheres no centro das soluções climáticas
Entre os encontros mais esperados está uma reunião organizada pela primeira-dama Janja Lula da Silva, que reúne mulheres de diferentes regiões do Brasil para apresentar experiências reais de enfrentamento aos efeitos do clima extremo. A atividade é resultado de meses de conversas com comunidades em biomas diversos, onde lideranças femininas apontaram caminhos práticos para fortalecer a resiliência local.
Essas vozes femininas têm se tornado protagonistas tanto na formulação de políticas públicas quanto na condução de iniciativas comunitárias. A sessão contará ainda com a participação de especialistas como Jurema Werneck e Denise Dora, trazendo perspectivas sobre raça, periferias, direitos humanos e justiça climática.
Complementando esse debate, uma coalizão de ministérios brasileiros e organismos internacionais lança um protocolo voltado à participação de meninas e mulheres em situações de risco climático, com diretrizes que buscam promover uma governança mais inclusiva e sensível em cenários de desastres.
Agricultura e recuperação de terras degradadas ganham força
No campo agrícola, um dos momentos mais aguardados será o anúncio da iniciativa RAIZ, um esforço internacional que pretende acelerar investimentos em práticas agrícolas mais resistentes às mudanças do clima e ampliar a recuperação de solos degradados, um problema que ameaça a produção global de alimentos e impacta a economia de milhões de pequenos produtores.
A proposta reúne governos, entidades internacionais e investidores para construir um grande mecanismo global de financiamento voltado a restaurar terras e fortalecer a segurança alimentar.
Outra sessão de alto nível, conduzida por organizações como a CCAC e a FAST Partnership, deve apresentar soluções tecnológicas e financeiras para reduzir poluentes agrícolas, recuperar ecossistemas e ampliar o acesso de agricultores familiares e povos tradicionais a recursos climáticos.
Também são esperados novos programas e parcerias com bancos multilaterais para acelerar projetos já em andamento.
Pesca, agricultura familiar e turismo sustentável também entram na pauta
Ao longo do dia, debates sobre pesca e agricultura familiar reforçam a urgência de apoiar comunidades que são responsáveis por uma parte significativa da produção de alimentos, mas frequentemente têm menor acesso a crédito e tecnologia. O turismo sustentável, por sua vez, aparece como alternativa estratégica para regiões que buscam conciliar conservação ambiental com geração de renda.
Chamado final por ações imediatas
A programação se encerra com uma plenária de alto nível dedicada a sintetizar os principais compromissos firmados durante as duas semanas de debates da Agenda de Ação Climática Global. O objetivo é claro: transformar promessas em iniciativas palpáveis que já estão emergindo em cidades, comunidades tradicionais, empresas e grupos juvenis.
Neste décimo dia, a COP30 reforça uma mensagem que ecoa entre os participantes: as soluções para a crise climática não virão apenas dos grandes acordos, mas de quem vive e cuida diariamente dos territórios, mulheres, agricultores familiares, povos indígenas, pescadores e comunidades locais que já apontam caminhos para um futuro mais seguro e sustentável.
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