Cultura, moda e inclusão se encontram em projeto que levará criação amazônica à COP30 - Estado do Pará Online

Cultura, moda e inclusão se encontram em projeto que levará criação amazônica à COP30

Iniciativa reúne mulheres privadas de liberdade, jovens e artistas paraenses em um desfile colaborativo que une arte, sustentabilidade e reinserção social

Um desfile que une moda, cultura e transformação social vai representar o Pará durante a COP30. O projeto “Amazônia Resistência: Um desfile em movimento” foi oficializado nesta quarta-feira (15) em uma parceria entre o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e a Academia Paraense de Música (APM). A proposta busca promover inclusão e visibilidade por meio da criação artística.

A iniciativa envolve mulheres privadas de liberdade, jovens de periferias, indígenas e integrantes da comunidade LGBTQIA+, que participam de oficinas de moda para a confecção de 30 figurinos inspirados na Amazônia. As peças serão apresentadas no Global Citizen Festival, em Belém, e também farão parte de uma exposição no Pavilhão Pará, na Green Zone da COP30.

A cerimônia de assinatura do termo de fomento ocorreu no Salão Nobre do Tribunal de Justiça, com a presença das secretárias Ursula Vidal (Cultura) e Elieth Braga (Articulação da Cidadania), do presidente do TJPA, desembargador Roberto Gonçalves de Moura, e do presidente da APM, Humberto Azulay. Durante o evento, foi apresentada uma prévia das criações sob orientação da estilista Alcimara Braga, responsável pelas oficinas.

“A cultura e a arte já são parte decisiva da economia. A indústria criativa movimenta toda uma cadeia de produção, da criação ao consumo. É importante que o poder público reconheça esse potencial como vetor de desenvolvimento, inclusão e dignidade”, destacou Ursula Vidal, secretária de Cultura do Estado, ao comentar o impacto social da iniciativa.

O presidente do Tribunal de Justiça reforçou o caráter simbólico da parceria.

“É um gesto de reconhecimento e valorização de quem encontrou na produção artística um caminho de trabalho e dignidade. Essa união é exemplo de como é possível gerar oportunidade e esperança”, afirmou Roberto Moura.

O desfile-espetáculo, marcado para o dia 1º de novembro, contará com trilha sonora original dos músicos Tiago Belém e Thiago D’Albuquerque, que mesclam carimbó, lundu, tecnobrega e melody em uma sonoridade que traduz a identidade amazônica.

“É uma honra fazer parte deste projeto, que valoriza nossas tradições e ritmos regionais”, comentou D’Albuquerque.

Para o presidente da Academia Paraense de Música, o projeto reforça o papel da formação artística como instrumento de cidadania.

“A Academia sempre teve a missão de divulgar a nossa música e os nossos artistas. Neste projeto, além da divulgação, oferecemos capacitação técnica e artística, o que é fundamental para a nossa sociedade”, afirmou Humberto Azulay.

Com estreia marcada para novembro, o Amazônia Resistência promete levar à COP30 um retrato potente da moda amazônica feita por mãos que representam diversidade, superação e criatividade.

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