CROPA investiga caso de jovem autista com 17 dentes extraídos; grupo de apoio aciona OAB

Presidente do Conselho afirma que processo ético já está em curso; organização cobra justiça e reforça defesa dos direitos da comunidade autista.

O caso da jovem autista de 19 anos, que teve 17 dentes extraídos em um procedimento realizado no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, continua gerando forte comoção e mobilização institucional. O episódio, que ocorreu na última segunda-feira (16), segue sob investigação da Polícia Civil e da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Agora, o Conselho Regional de Odontologia do Pará (CROPA) e o Grupo Mundo Azul também se manifestaram publicamente sobre o ocorrido.

Em vídeo, o presidente do CROPA, Marcelo Folha, esclareceu que o órgão tomou conhecimento do caso no dia seguinte ao procedimento e que cabe ao Conselho apurar possíveis infrações ao código de ética odontológica. Segundo ele, a atuação do CROPA se inicia a partir do recebimento formal da denúncia acompanhada de documentação. “Será dado o andamento conforme os trâmites do Código de Processos Éticos Odontológicos. Caso haja condenação, ao final, as sanções são variadas, podendo até ocorrer a cassação do registro profissional”, afirmou.

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A indignação também mobilizou o Grupo Mundo Azul, coletivo de apoio a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em nota, a organização lamentou o ocorrido justamente no Dia do Orgulho Autista e declarou apoio à família da jovem. “É inaceitável que, em um procedimento odontológico, Juliana tenha passado pela extração de vários dentes no mesmo procedimento”, diz o texto, que também informa o acionamento da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da OAB Pará.

A nota reforça o compromisso do grupo em seguir com as medidas jurídicas e administrativas cabíveis para que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados. “Reafirmamos que o respeito e a proteção às pessoas com autismo são inegociáveis. É fundamental que toda a sociedade esteja unida na defesa dos direitos e da dignidade da comunidade autista”, destacou a organização.

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