O dia de São Cosme e São Damião é celebrado pela Igreja Católica em 26 de setembro. Nas religiões de matriz africana, a comemoração ocorre no dia 27, quando os irmãos são associados aos orixás Ibejis, divindades infantis que frequentemente são sincretizadas com os santos católicos. Nessas celebrações, é comum a distribuição de saquinhos de doces para as crianças, uma tradição passada de geração em geração.
Em Belém, Eduarda Souza e sua esposa Ana Carolina, já estão preparando os doces para a festividade deste ano. Ela conta que, neste ano, a organização foi feita em sua própria casa, enquanto a distribuição acontecerá na casa de sua tia. “Participo dessa distribuição há muito tempo. Por um longo período, realizávamos no terreiro que frequentava, a Tenda de Umbanda Caboclo Rompe Mato (T.U.C.R.M.), que pertencia ao meu tio, mas que, infelizmente, atualmente está fechado. É uma tradição familiar. Temos muita fé em São Cosme e São Damião e em tudo o que eles representam”, compartilha Eduarda.
Este ano, para ela, a ocasião será ainda mais especial, pois é a primeira vez que a preparação ocorre em sua própria casa, ao lado da nova família que está formando.
Estou feliz em poder transmitir essa crença para novas pessoas, que continuarão a acreditar e renovar essa tradição de fé, perpetuando-a por gerações.
acrescenta Eduarda.
Tradição Católica
Na tradição católica, São Cosme e São Damião eram irmãos gêmeos e médicos, conhecidos por exercerem sua profissão sem cobrar por seus serviços. Eles foram perseguidos pelo imperador romano Diocleciano, acusados de serem inimigos dos deuses romanos e de usar artifícios para realizar curas. Por volta de 300 d.C., foram decapitados. A Igreja celebra sua memória no dia 26 de setembro, e, em muitos locais, há movimentação intensa nas paróquias dedicadas aos santos. Na Paróquia São Cosme e São Damião, no Andaraí, Rio de Janeiro, por exemplo, houve uma série de missas ao longo do dia em comemoração à data, e a programação continua com missas especiais a partir das 6h desta quarta-feira.
Culto aos Ibejis
Nas religiões de matriz africana, os irmãos são reverenciados como os orixás Ibejis. Também gêmeos, essas divindades se tornaram médicos com o objetivo de curar todas as crianças de forma gratuita. Em troca, recebiam doces e brinquedos. Em algumas tradições, acredita-se que havia um terceiro irmão, Doum, que morreu ainda criança, e por isso, seus irmãos se dedicaram a curar outras crianças. Doum é considerado o protetor das crianças de até sete anos.
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