COP30: governo apresenta plano nacional de descarbonização industrial - Estado do Pará Online

COP30: governo apresenta plano nacional de descarbonização industrial

ENDI define diretrizes para inovação, energia limpa e competitividade durante a COP30, em Belém

Alex Carvalho e Geraldo Alckmin

O governo federal lançou nesta segunda-feira (17), durante a COP30, em Belém, a Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (ENDI), considerada um passo decisivo para consolidar o Brasil como protagonista na agenda climática global. O anúncio contou com a presença do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e do presidente da FIEPA, Alex Carvalho, representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Carvalho afirmou que a estratégia inaugura um marco para o futuro sustentável e competitivo do setor industrial. Segundo ele, a transição para uma economia de baixo carbono é também econômica e tecnológica, apoiada em soluções como biomassa, eficiência energética, circularidade e tecnologias emergentes, como hidrogênio verde e inteligência artificial.

A ENDI se estrutura em quatro pilares: inovação e formação de capital humano; insumos descarbonizantes e energia limpa; estímulo à demanda por produtos de baixo carbono; e mecanismos de financiamento e incentivo.

Durante o evento, foi assinada a Carta de Engajamento entre CNI, MDIC e setores energointensivos da indústria, reforçando o compromisso do setor privado com uma política industrial moderna e alinhada ao desenvolvimento sustentável. Carvalho destacou a importância do diálogo e da cooperação contínua para que a estratégia avance de forma efetiva.

Alckmin definiu o momento como “uma oportunidade histórica” para o Brasil liderar a transição verde, combinando preservação ambiental, inovação industrial e competitividade. Ele ressaltou que o enfrentamento ao desmatamento é fundamental, e que o país já reduziu em 50% a taxa neste ano, e apresentou o Fundo Tropical Florestas para Sempre, criado para atrair investimentos internacionais em conservação e recomposição florestal.

O vice-presidente também defendeu a valorização da ciência e da tecnologia na política industrial, destacando o programa Nova Indústria Brasil e o Mover – Mobilidade Verde, que incentiva a produção de veículos mais limpos. Ele reforçou ainda a vantagem competitiva da matriz elétrica brasileira, 85% renovável, e reiterou a meta de neutralidade de carbono até 2050.

No Pará, iniciativas como a Jornada COP+, movimento multissetorial liderado pela FIEPA, já antecipam pilares da política nacional. Com quase dois anos de atuação e mais de 30 mil pessoas mobilizadas, o grupo reforça que a transição climática precisa ser territorializada, participativa e geradora de desenvolvimento real para quem vive na Amazônia.

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