COP30: Belém mostra como o Brasil quer liderar a agricultura sustentável - Estado do Pará Online

COP30: Belém mostra como o Brasil quer liderar a agricultura sustentável

A AgriZone transforma a ciência e o campo em vitrine mundial de tecnologias que unem produção, conservação e inclusão.

Rafa Pereira / COP30

Em meio à movimentação intensa da COP30, um espaço instalado na Embrapa Amazônia Oriental tem despertado atenção de delegações estrangeiras e especialistas: a AgriZone, uma mostra viva de como o Brasil pretende aliar tecnologia, sustentabilidade e segurança alimentar no mesmo terreno.

Durante a visita realizada nesta quarta-feira (12), o presidente da conferência, André Corrêa do Lago, percorreu as vitrines tecnológicas e destacou o peso simbólico do espaço. “Eu sempre espero uma surpresa positiva de qualquer coisa que faço com a Embrapa, mas aqui ela se superou. A dimensão da AgriZone e o preparo desse espaço permitem que os estrangeiros entendam de que maneira o Brasil pode cooperar com a vida deles. Essa é uma grande contribuição do Brasil para mostrar ao mundo que a agricultura tropical é um avanço extraordinário, sobretudo porque sabemos que o mundo está crescendo e se desenvolvendo”, afirmou.

Idealizada pela Embrapa em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a AgriZone conecta pesquisadores, produtores e instituições públicas em torno de soluções de baixo carbono. No local, o público pode conhecer experiências com sistemas agroflorestais, cultivos biofortificados e práticas de intensificação sustentável, além de acompanhar painéis e lançamentos voltados à transição para uma agricultura resiliente ao clima.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, reforçou que a mostra traduz décadas de inovação no campo brasileiro. “Visitar e ver as vitrines que dão a dimensão do que é a agricultura brasileira, tanto do ponto de vista das culturas quanto dos sistemas de produção e da diversidade.”

Entre os destaques, estão as vitrines demonstrativas a campo, onde o visitante pode acompanhar in loco a integração entre produção e conservação, compreender os protocolos de agropecuária de baixo carbono e conhecer as tecnologias voltadas à agricultura familiar, base de grande parte da produção nacional.

Para Corrêa do Lago, a iniciativa tem também um papel diplomático e social. “Na entrada, a gente já vê que há não somente o setor privado, mas também filantrópicas que trabalham ativamente com a Embrapa, porque sabem que são resultados que chegam mais próximos das pessoas que são as primeiras vítimas da mudança do clima, as mais vulneráveis e, como sabemos, as menos responsáveis por ela”, destacou.

Ele completou ressaltando que o Brasil oferece ao mundo um modelo de cooperação com raízes na prática: “Há, portanto, uma dimensão social muito acentuada aqui, além de uma dimensão de cooperação internacional que é muito impressionante. E é uma cooperação que aprecia enormemente a abertura da Embrapa e, sobretudo, a vê como uma entidade que busca o sucesso e a divulgação do que faz.”

Localizada na Travessa Dr. Enéas Pinheiro, no bairro Marco, em Belém — a cerca de 1,8 km da Blue Zone —, a AgriZone funciona até 21 de novembro, das 10h às 18h, com entrada gratuita e inscrições disponíveis no site da Embrapa.

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