A Amazônia acaba de ganhar um instrumento que promete transformar a maneira como o mundo compreende e reage às mudanças climáticas. Durante o segundo dia da COP30, em Belém, foi apresentada a plataforma CAL 2050 (Clima, Amazônia e Legalidade), uma base inédita de dados ambientais e territoriais criada pelo Consórcio da Amazônia Legal, com apoio técnico do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Mais do que um repositório de informações, a ferramenta se propõe a ser o alicerce para políticas públicas que enfrentem a crise climática e estimulem o desenvolvimento sustentável nos nove estados da Amazônia Legal.
O que é eficaz em um ambiente não necessariamente é em outro. E, a partir desse olhar de consórcio de região, estamos construindo o engajamento de todos os estados para fortalecer esse suporte, de modo que possamos escalar cada vez mais a ambição regional das políticas públicas, das ações e da missão comum de cuidar da Amazônia”, afirmou o governador Helder Barbalho, presidente do consórcio.
A CAL 2050 combina dados geoespaciais, climáticos e de uso do solo, permitindo acompanhar em tempo real indicadores como desmatamento, regeneração florestal, emissões de gases de efeito estufa e investimentos em bioeconomia. A integração entre informações federais e estaduais torna o sistema uma ferramenta estratégica para medir a contribuição dos estados amazônicos às metas climáticas do Acordo de Paris.
Para o diretor-executivo do Ipam, Ludovico Pereira, o avanço é decisivo:
O desafio da implementação exige novas formas de abordar a realidade, uma realidade que precisa ser mensurável, quantificável e traduzida em dados inteligentes. Sem smart data, não é possível sustentar decisões estratégicas. A CAL 2050 entrega uma resposta concreta à emergência climática global e mostra que a governança climática começa no território.”
Apresentada no mesmo painel, a Estratégia Amazônia 2050 define diretrizes de longo prazo para unir floresta em pé, prosperidade econômica e justiça social. A CAL 2050 servirá como infraestrutura técnica dessa estratégia, garantindo transparência e rastreabilidade na execução das metas, em consonância com a Lei nº 15.042/2024, que regulamenta o mercado de carbono no país.
Com a iniciativa, o Pará reafirma seu protagonismo político e técnico na agenda ambiental. À frente do Consórcio da Amazônia Legal, Helder Barbalho conduz um esforço regional que ultrapassa fronteiras e projeta a floresta como centro de decisões e soluções globais, ancoradas em ciência e tecnologia.
Em Belém, a COP30 tem mostrado uma Amazônia diferente: organizada, conectada e dona de sua narrativa.