A menos de dois meses da Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP30), Belém começa a ganhar contornos mais concretos de cidade-sede. Até agora, 79 países já confirmaram hospedagem para suas delegações na capital paraense, enquanto outros 70 seguem em negociação. Apesar do avanço, especialistas e representantes reconhecem que a logística de acomodação continua sendo um dos principais pontos de atenção.
Segundo levantamento apresentado ao Bureau da Convenção-Quadro da ONU (UNFCCC), mais de 42 mil quartos já foram mapeados, somando hotéis, cabines em navios, imóveis em plataformas como Airbnb e reservas feitas pelas agências oficiais Bnetwork e Qualitour. Ainda assim, o volume de visitantes esperado deve exigir monitoramento constante para evitar gargalos.
Para aliviar custos, o secretário-executivo da UNFCCC, Simon Stiell, anunciou que a diária de subsistência paga pela ONU a delegados de países em desenvolvimento subiu de US$ 149 para US$ 197. A medida atende uma reivindicação antiga, mas o Brasil considera que o valor continua aquém dos preços médios praticados em Belém e já sugeriu a criação de um fundo emergencial exclusivo para esta edição.
A organização também tenta conter preços abusivos. Ação conjunta da Defensoria Pública do Pará, Ministério Público, Procon e OAB pressionou plataformas como Hotels.com e Airbnb a bloquear anúncios superfaturados e emitir alertas quando valores ultrapassarem a média de mercado.
Apesar dos obstáculos, a realização da conferência na Amazônia segue carregada de simbolismo. “É natural que o país que abriga uma das maiores florestas tropicais do mundo reconheça a relevância de realizar uma COP em seu território, destacando o papel das florestas na luta contra a mudança do clima”, afirmou o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente.
A COP30 será realizada em novembro, em Belém, e deve reunir líderes de quase 200 países em negociações consideradas decisivas para o futuro das metas climáticas internacionais.
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