Comercial da Havaianas gera reação da direita e ameaça de boicote nas redes sociais - Estado do Pará Online

Comercial da Havaianas gera reação da direita e ameaça de boicote nas redes sociais

Propaganda com Fernanda Torres foi interpretada por apoiadores de Jair Bolsonaro como provocação política, enquanto parlamentares da esquerda saíram em defesa da marca.

Uma campanha publicitária da Havaianas estrelada pela atriz Fernanda Torres desencadeou críticas e mobilização de militantes da direita brasileira nas redes sociais. O motivo da controvérsia é o texto do comercial, que brinca com a expressão “não começar o ano com o pé direito”, frase que foi associada por opositores a uma crítica simbólica ao campo político conservador.

No vídeo, a narradora afirma que não deseja que o público inicie 2026 apenas com o “pé direito”, mas com “os dois pés”, incentivando uma postura mais intensa e livre para o novo ano. O tom bem-humorado da peça foi interpretado por setores da direita como deboche e provocação ideológica. No domingo (21), internautas passaram a criticar a marca e a defender um boicote aos produtos da empresa.

Entre os políticos que se manifestaram, o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) acusou a Havaianas de promover uma campanha política contra a direita. Em publicação no X, ele afirmou que deixaria de consumir os produtos da marca e citou concorrentes como alternativa. Já o vereador Rubinho Nunes (União-SP) declarou que a empresa teria assumido um viés ideológico ao brincar com a expressão “pé direito”, criticando também o grupo empresarial controlador da marca.

As reações provocaram resposta de parlamentares alinhados à esquerda. A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) criticou a convocação de boicote e destacou o impacto econômico da Havaianas em Minas Gerais, especialmente na região de Montes Claros, onde a empresa gera milhares de empregos diretos e indiretos. Segundo ela, ataques desse tipo atingem mais os trabalhadores do que a própria companhia.

A polêmica reforça como campanhas publicitárias podem extrapolar o campo do marketing e se tornar alvo de disputas políticas, especialmente em um ambiente de forte polarização nas redes sociais.

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