O Museu da Imagem e do Som do Pará recebe, entre os dias 23 e 31 de outubro, a mostra “A Cinemateca é Brasileira”. Após percorrer 26 cidades, o projeto chega a Belém depois de alcançar mais de 20 mil pessoas em suas duas edições.
A abertura oficial acontece no dia 23 de outubro, às 19h, com uma mesa de debate composta pelo cineasta Januário Guedes e Eneida Guimarães, anistiada política, sob mediação de Indaiá Freire, diretora do MIS-PA.
Após a abertura, a programação iniciará com a exibição de três filmes. Ao todo, a programação reúne 20 títulos, sendo 13 longas e 7 curtas-metragens, todos com entrada gratuita.
Um dos destaques é o curta “Arara: Um Filme Sobre Um Filme Sobrevivente”, de 13 minutos, com Sueli Maxacali, Isael Maxacali, Paula Berbert, Edmundo Antônio Dias, Rodrigo Piquet e Marcelo Zelic no elenco. O filme apresenta um registro histórico sobre o ensino de tortura durante a ditadura militar.
A mostra também inclui o curta “Torre” (19 min), que acompanha quatro irmãos — filhos de Virgílio Gomes da Silva, o primeiro desaparecido político do regime — enquanto relembram a infância marcada pela repressão.
Outro título emblemático é a cópia restaurada de “Greve” (1979), que retrata os principais acontecimentos da greve dos metalúrgicos do ABC, liderada por Luiz Inácio Lula da Silva em março de 1979. O filme, com 37 minutos, combina depoimentos de operários e registros históricos do movimento que marcou a luta trabalhista e política do país.
A curadoria desta edição destaca produções que exploram a vocação democrática do cinema brasileiro e sua resistência a períodos autoritários, especialmente à ditadura militar que teve início há 60 anos. Entre os títulos exibidos estão “O Caso dos Irmãos Naves” (1967), de Luiz Sergio Person, baseado em um dos maiores erros judiciais do país, e “O
Que É Isso, Companheiro?” (1997), de Bruno Barreto, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Outras obras abordam o mesmo contexto sob diferentes perspectivas, como “Meu Tio José” (2021), animação de Ducca Rios; o documentário “A Opinião Pública” (1966), de Arnaldo Jabor; o irônico “Pra Frente, Brasil” (1982), de Roberto Farias; e o sensível “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (2006), de Cao Hamburger.
A mostra também revisita produções essenciais sobre a luta operária e o processo de redemocratização do Brasil, como “Cabra Marcado para Morrer” (1964–1984), de Eduardo Coutinho, que completa mais de 40 anos e volta à tela em homenagem ao cineasta.
Serviço
Data: de 23 a 31 de outubro
Local: Museu da Imagem e do Som do Pará (MIS-PA)
Ingresso: Entrada gratuita
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