Cinema e memória: Belém sedia evento inédito com filmes raros e debates sobre preservação audiovisual

Além das atividades formativas, o ciclo promoverá a exibição de filmes raros produzidos na Amazônia.

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De 23 a 27 de setembro, Belém recebe o I Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual, um evento inédito que acontecerá no Museu da Imagem e do Som. A programação inclui masterclass, cursos e palestras com especialistas nacionais e internacionais em preservação de filmes. Além das atividades formativas, o ciclo promoverá a exibição de filmes raros produzidos na Amazônia e mesas de debate sobre acervos audiovisuais, pesquisa e a história do cinema, todas abertas ao público.

O evento homenageia o escritor e cineasta Vicente Cecim, que dirigiu uma série de filmes em super 8mm nos anos 1970, conhecidos como Kinemandara. Cinco desses títulos serão exibidos e comentados por especialistas como Bruno Cecim, Alexandra Castro, Mateus Moura e Marco Antonio Moreira. Um dos destaques da mostra será a exibição da versão restaurada do curta-metragem Vila da Barca (1964), de Renato Tapajós, que retrata a favela de palafitas em Belém. O filme foi premiado no Festival Internacional de Curtas de Leipzig, na antiga Alemanha Oriental, em 1968.

Para Ramiro Quaresma, responsável pelo catálogo O cinema e o audiovisual do Pará, a preservação da memória audiovisual é fundamental para a identidade e história de uma sociedade. “O evento coloca o Pará no centro da discussão sobre preservação audiovisual, um tema de grande importância, mas que ainda é negligenciado. Além da formação com especialistas, será uma oportunidade de debater como a sociedade pode se engajar e como o poder público pode atuar nessa área”, afirma Quaresma.

O Ciclo de Preservação Audiovisual é uma iniciativa da Cinemateca Paraense, com recursos da Lei Paulo Gustavo, e conta com o apoio da Fundação Cultural do Pará, Secretaria de Estado de Cultura, Governo do Pará, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Masterclass e cursos


A masterclass será ministrada pela restauradora Débora Butruce, referência internacional na área. Entre seus trabalhos está a restauração de A Rainha Diaba (1974), selecionado como uma das melhores digitalizações de 2023 pela revista norte-americana Film Comment. Butruce também restaurou o clássico A Hora da Estrela (1985), relançado este ano.

Com mais de duas décadas de experiência, Débora Butruce é fundadora e vice-presidente da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual. Já os cursos serão ministrados por profissionais renomados, como Marco Dreer, especialista em preservação audiovisual, e Vanessa Rodrigues, doutora em cinema. A programação conta ainda com palestras de Glênis Cardoso e William Plotnick, fundadores do projeto Cinelimite e da Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros.

As mesas de debate terão a participação de nomes como Ismaelino Pinto, Nando Lima, Mateus Moura, Alexandra Castro, San Marcelo e Felipe Cortez, abordando temas como o futuro da preservação audiovisual e o papel da sociedade na manutenção de acervos históricos.

Serviço:
Evento: I Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual
Data: De 23 a 27 de setembro
Local: Museu da Imagem e do Som do Pará – Av. Nazaré, 138 – Palacete Faciola
Inscrições e programação: cinematecaparaense.org / @cinematecaparaense
Entrada: Gratuita

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