Os eleitores chilenos vão às urnas neste domingo (14) para definir, em segundo turno, quem será o próximo presidente do país. O candidato de extrema direita José Antonio Kast aparece como franco favorito nas pesquisas, à frente da candidata de esquerda Jeannette Jara, após uma campanha fortemente marcada pelo debate sobre criminalidade e imigração irregular.
Aos 59 anos, Kast é líder do Partido Republicano e construiu sua candidatura com um discurso duro na área de segurança pública. Entre as principais promessas, está o combate ao crime por meio da prisão e expulsão de cerca de 340 mil imigrantes sem documentação que vivem atualmente no Chile. Caso vença a eleição, ele se tornará o presidente mais alinhado à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, encerrada em 1990.
Todas as principais pesquisas indicam vantagem confortável de Kast sobre Jeannette Jara, de 51 anos. Filiada ao Partido Comunista, Jara é considerada uma militante de perfil moderado e foi ministra do Trabalho no atual governo do presidente Gabriel Boric. Ela representa uma coalizão de centro-esquerda ligada à gestão atual.
Desde 2010, o Chile vive uma alternância entre governos de direita e esquerda a cada eleição presidencial. No primeiro turno, Jara obteve a maior votação individual, mas a soma dos votos dos candidatos de direita ultrapassou 50%, consolidando uma maioria eleitoral em torno de propostas voltadas ao endurecimento no combate ao crime e à imigração irregular, frequentemente apontada por esses grupos como fator de crescimento da violência e do crime organizado.
Embora o Chile ainda figure entre os países mais seguros da América Latina, a insegurança se tornou a principal preocupação da população. Uma pesquisa do instituto Ipsos, divulgada em outubro, revelou que 63% dos chilenos consideram a criminalidade o maior problema do país. Dados oficiais indicam que os homicídios se mantiveram estáveis nos últimos anos, mas cresceram 140% em uma década, passando de 2,5 para 6 casos por 100 mil habitantes em 2024.
O Ministério Público chileno também registrou 868 casos de sequestro no ano passado, um aumento de 76% em comparação com 2021, números que reforçaram o peso do tema da segurança pública no debate eleitoral que define o futuro político do país.
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