A primeira etapa da “Caravana dos Povos Indígenas Rumo à COP 30” teve início neste domingo (16) na Aldeia Pykatoti, na Terra Indígena Menkragnotire, localizada no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira, sudoeste do Pará. A iniciativa, promovida pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), segue até esta segunda-feira (17) com o objetivo de fortalecer a participação indígena na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025, que ocorrerá em Belém entre 10 e 21 de novembro.
A caravana busca mobilizar e capacitar lideranças indígenas, promovendo debates e formações para ampliar o protagonismo desses povos na “COP das Florestas”. Entre as ações, estão oficinas de produção audiovisual, voltadas para qualificar jovens indígenas a registrar e divulgar suas próprias histórias e pautas.

“É muito bom trazer essas informações até a nossa aldeia. A realização da COP aqui no Brasil, no Pará, é importante. Falando de clima e mudanças climáticas, o centro é o Brasil. Nós, povos indígenas, somos quem mais defende essa preservação. Somos defensores da natureza”, afirmou Takagmoro Kaiapó, comunicador indígena.
Takakrua Kaiapó, também comunicador indígena, destacou o impacto da formação. “Com essa oficina, aprendi a usar as ferramentas certas para mostrar a realidade do nosso povo. Agora, podemos registrar o que acontece em nosso território e levar nossa mensagem ao mundo.”
Além das oficinas de comunicação, a caravana promove debates sobre preservação ambiental e estratégias locais para a adaptação às mudanças climáticas, reforçando a importância de incluir os povos indígenas nas discussões globais. Para Irengrangra Kaiapó, coordenadora local do Sistema de Ensino Modular Indígena (Somei), a ação fortalece o diálogo e a participação dos povos indígenas na proteção das florestas e rios.
“Essa caravana é importante porque trata de questões climáticas. A participação dos jovens e mulheres é essencial para que compreendam a importância do que será debatido. Esperamos que os líderes mundiais que estarão na COP 30 ouçam nossas vozes sobre a preservação da natureza”, destacou.
A demarcação de Terras Indígenas também foi apontada como uma das principais pautas para mitigar os impactos das mudanças climáticas. “Defender os territórios é defender a vida”, ressaltou a secretária da Sepi, Puyr Tembé. Ela enfatizou o papel dos povos indígenas na preservação ambiental e a necessidade de garantir que suas demandas sejam levadas para o debate global.
A caravana seguirá por outras comunidades indígenas do Pará, promovendo diálogos e fortalecendo a representatividade indígena na luta contra as mudanças climáticas.
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