O som do carimbó, o cheiro do café de cuia e a maré subindo às margens do rio marcam o início do Caratateua Viva!, novo roteiro de Turismo de Base Comunitária criado pelos próprios moradores da Ilha de Outeiro, em Belém. A iniciativa reúne 12 experiências imersivas que conectam o visitante às tradições, sabores e saberes da comunidade, um mergulho na cultura viva da Amazônia urbana e ribeirinha.
Durante um dia de passeio, é possível participar de oficinas de cerâmica, navegar em canoas pelos igarapés, acompanhar a colheita do açaí, degustar pratos típicos e conhecer mestres e mestras da cultura popular. Tudo conduzido por anfitriões locais que transformam quintais, terreiros e ateliês em espaços de aprendizado e troca.

O projeto é uma realização do Sebrae Nacional, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de Belém, por meio da Semcult, dentro do programa Turismo Futuro do Brasil (TFB). A ação será apresentada ao público durante a COP30, como símbolo de sustentabilidade, protagonismo e valorização dos territórios da capital paraense.
O bairro-ilha de Outeiro, em Belém, acaba de lançar o projeto Caratateua Viva!, um roteiro de Turismo de Base Comunitária criado pelos próprios moradores. pic.twitter.com/6xVq5u5cfd
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) November 4, 2025
TURISMO QUE NASCE DA COMUNIDADE
Em Caratateua, o turismo ganha um novo significado: quem vive o território é quem o apresenta. Os moradores planejaram cada etapa do roteiro, garantindo que a renda, o reconhecimento e o orgulho cultural fiquem dentro da própria ilha.
O famtour de lançamento percorreu a ilha das 8h às 18h, com início na Praia da Brasília, onde os visitantes foram recebidos com café da manhã ribeirinho e carimbó do Grupo Parafolclórico Tucuxi e Regional Jurupari. Ao longo do dia, o grupo conheceu a tradição ceramista com Mestre João e Mestra Sinéia, participou de vivências espirituais e de ancestralidade com Mãe Sandra, e saboreou um almoço amazônico no Chalé Sítio de Maré, com peixe frito, açaí e doces regionais.
A tarde foi dedicada à arte e à cultura popular, com visita à Biblioteca Tralhoto e apresentações do Boi Misterioso e dos Pássaros Juninos na Associação Cultural Colibri. O encerramento reuniu mestres da cultura local, entre tambores, figurinos e feira de artesanato. “O nosso objetivo é manter viva a tradição. Envolvemos toda a comunidade — crianças, jovens e idosos — para que a brincadeira continue”, afirmou a professora Inaiá Paes, do Cordão de Pássaro Tem-Tem.

OS 12 PONTOS DO CARATATEUA VIVA
O roteiro reúne 12 espaços que representam o modo de vida, fé e resistência dos moradores de Outeiro:
- Grupo Parafolclórico Tucuxi e Regional Jurupari
- Casa de Mariana (Mãe Sandra)
- Cerâmica São João (Mestre João)
- Atelier Cerâmico (Mestra Sinéia)
- Chalé Sítio de Maré (Rose e Elivaldo)
- Terreiro Inzo Mukongo (Tatetu Kalité)
- Biblioteca Tralhoto e Boi Misterioso (Mestre Apollo)
- Casa Preta (Don Perna)
- Monturo do Urubu (Cordão do Urubu)
- Cordão de Pássaro Tem-Tem (Profª Inaiá Paes)
- Associação Cultural Colibri (Mestra Laurene)
- Cerâmica Reis (Luiz Gonzaga)
SERVIÇO
📍 Local: Ilha de Caratateua, Belém (PA)
⏰ Duração: 1 dia (aprox. 7 horas de vivências)
👥 Grupos: até 15 pessoas
☕ Inclui: transporte e café da manhã ribeirinho
🍽️ Almoço comunitário: com preços acessíveis
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