A menos de um mês da COP30, o governo brasileiro autorizou a exploração de petróleo em alto-mar na região amazônica, decisão que provocou forte reação de ambientalistas e da imprensa internacional. O projeto, disputado há cinco anos entre o Ibama e a Petrobras, permitirá a perfuração de um poço a cerca de 500 km da foz do rio Amazonas, em uma área considerada de alta sensibilidade ambiental.
Organizações não governamentais classificaram a medida como um retrocesso. O jornal britânico The Guardian afirmou que a decisão representa “um golpe à imagem verde do país” e põe em dúvida o papel do Brasil como liderança climática global.
Para o Greenpeace, a autorização contradiz o discurso de transição energética defendido pelo governo. “Enquanto o Brasil fala em futuro sustentável, segue preso ao passado dos combustíveis fósseis”, criticou Mariana Andrade, da ONG.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva justifica que os recursos do petróleo podem financiar a transição ecológica. No entanto, especialistas alertam que a área escolhida abriga ecossistemas únicos, como manguezais e recifes de corais, além de comunidades tradicionais que dependem da pesca.
Segundo o Observatório do Clima, a decisão enfraquece os compromissos do país com a agenda ambiental e deve ser contestada judicialmente. “Essa escolha beneficia petroleiras, não quem luta pela transição energética”, afirmou Márcio Astrini, secretário-executivo da organização.
A imprensa internacional destacou a contradição entre o discurso climático do governo e suas ações. A Al Jazeera e a Associated Press alertaram para os riscos à biodiversidade e à credibilidade do Brasil como anfitrião da COP30, cuja meta central é reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
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