Beto Faro é o novo líder do PT no Senado

Senador paraense, que está no seu segundo ano de mandato, assume pela primeira vez a liderança do Partido dos Trabalhadores na casa.

Beto faro sentado
Reprodução / Redes Sociais

Beto Faro, senador pelo estado do Pará e atualmente em seu segundo ano de mandato, foi eleito nesta quarta-feira (21) como o novo líder do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado. Ele sucederá o senador Fabiano Contarato (ES) no cargo, assumindo o comando da bancada petista na Casa.

Ao expressar sua gratidão pela escolha, o senador destacou a importância da liderança neste momento crucial do governo Lula. “É com imensa alegria que assumo a liderança do nosso partido. Agradeço a todos os companheiros pela escolha. Essa é uma liderança muito importante, com história no PT, e tenho muita gratidão por essa escolha”, afirmou.

Beto Faro será o segundo líder do PT no Senado na atual legislatura. O comandante anterior foi Fabiano Contarato (ES), que geriu ano que o partido voltou à Presidência da República, com Lula assumindo o seu terceiro mandato.

A função de um líder do partido no Senado é coordenar e representar a bancada do seu partido na Casa, articulando estratégias, negociando pautas e garantindo a coesão interna da sua agremiação política. Eles desempenham um papel crucial na formulação e execução da agenda legislativa, além de serem porta-vozes da posição partidária em debates e negociações políticas.

Trajetória Política:

Natural de Bujaru (PA), Beto Faro além de liderar o partido no Senado, também ocupa a presidência do PT no Pará, sendo filiado ao partido desde 1987.

Em 2003, foi nomeado superintendente regional do Incra, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2004, foi preso por grilagem, com outras 17 pessoas, no âmbito da Operação Faroeste. Naquele ano, Faro era superintendente do Incra, em Belém. Segundo a polícia, o petista autorizou ilegalmente a regularização fundiária de 500 mil hectares de glebas em Santarém, Prainha, Trairão, Oriximiná e Placas, beneficiando plantadores de soja e madeireiros. As terras eram da União.

Na Câmara dos Deputados, foi vice-líder do PT e vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Em 2010, foi o mais votado entre os candidatos do PT, alcançando a reeleição com 169.504 votos.

Foi eleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo Partido dos Trabalhadores. Como deputado federal, votou contra a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Já durante o Governo Michel Temer, votou contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em abril de 2017 foi contrário à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do presidente Michel Temer.

Beto Faro alcançou a posição de senador em 2022, conquistando 1.781.562 votos. Anteriormente, exerceu quatro mandatos consecutivos como deputado federal, incluindo a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados.

A rasteira por dentro do PT-PA

Para conseguir ser o candidato do PT ao senado, Beto Faro precisou derrotar o até então senador Paulo Rocha em uma batalha no partido pra escolha de quem seria o candidato ao Senado em 2022.

Paulo teria o direito à reeleição, já que estava no cargo, mas foi barrado pela aliança de Beto Faro com o governador Helder Barbalho (MDB) e seu pai, o também senador Jader Barbalho (MDB), que juntos convenceram as demais lideranças do PT paraense, de que era a hora de “aposentar” Paulo Rocha da vida parlamentar.

Um poço de mágoas

Lideranças petistas revelaram que o acordo de Beto com Helder para tirar Paulo Rocha do Senado foi uma vingança por ele não ter colaborado com os planos da família Barbalho no segundo turno das eleições de 2014, quando Paulo Rocha foi eleito senador com apoio de Helder, que acabou perdendo no segundo turno a eleição para o governador Simão Jatene (PSDB), e em 2018 pelo petista ter se lançado candidato a governador contra Helder, que acabou eleito pela primeira vez e nunca mais perdoou Paulo Rocha, que após a eleição de Lula, em 2022, ganhou o emprego federal como superintendente da SUDAM.

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